Economistas veem expansão menor na China e corte de compulsório
Recuperação econômica da China perdeu força nas últimas semanas após um salto inicial na atividade de consumidores
Agência de notícias
Publicado em 27 de maio de 2023 às 12h31.
O banco central daChina deve reduzir a taxa de compulsório para as maiores instituições financeiras antes do esperado diante da lenta recuperação econômica, de acordo com a mais recente pesquisa da Bloomberg com economistas.
A expectativa é de que o Banco Popular da China (BPC) corte a taxa — ou o valor que os bancos precisam manter em reserva — para as principais instituições em 0,25 ponto percentual até o final do terceiro trimestre de 2023, de acordo com a mediana das previsões. Antes, economistas previam uma redução nos últimos três meses do ano.
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Com esse corte, a taxa cairia de 10,75% para 10,5%. Os entrevistados da pesquisa acreditam que o índice tende a permanecer inalterado até pelo menos o final de 2024, caso seja reduzido este ano.
A recuperação econômica da China perdeu força nas últimas semanas, após um salto inicial na atividade de consumidores. Dados deste mês mostraram que a produção industrial, vendas no varejo e o investimento em ativos fixos cresceram em ritmo mais lento do que o esperado, enquanto a inflação está próxima de zero e consumidores relutam em fazer empréstimos.
Economistas consultados pela Bloomberg agora esperam que o PIB da China cresça 5,5% em 2023 na comparação anual, abaixo da estimativa anterior de 5,6%. O governo estabeleceu uma meta de expansão bastante conservadora, de cerca de 5% para o ano.
A desaceleração do “momentum” econômico criou expectativas sobre um possível afrouxamento da política monetária para estimular a retomada. Um levantamento da Bloomberg Economics mostra que uma redução de 0,25 ponto percentual da taxa de compulsório bancário, conhecida pela sigla RRR em inglês, daria à economia maior impulso do que um corte de 0,1 ponto percentual nas principais taxas de juros do BPC.
Economistas consultados pela Bloomberg preveem que a taxa básica para empréstimos de um ano permanecerá inalterada em 2023. Também não esperam ajustes na chamada “prime rate” para empréstimos de um ano, uma referência para bancos comerciais.
Até o momento, o BPC evitou reduzir os juros, apesar da desaceleração da economia. Na semana passada, a autoridade monetária manteve a taxa básica para empréstimos de um ano em 2,75%, onde está estacionada há nove meses. No mesmo dia, injetou mais liquidez de longo prazo no sistema financeiro pelo sexto mês, após reduzir o compulsório dos bancos em março.
Apostas de traders de swaps onshore no afrouxamento da política monetária chinesa atingiram o maior nível desde novembro. O custo dos swaps de juros de 12 meses, que antecipam onde as taxas vão estar daqui a um ano, caiu para 2,06% nesta semana. O número estava em 2,47% há pouco mais de dois meses.
“A meta conservadora de crescimento do PIB de 5% para 2023 do governo oferece certo espaço para o banco central ser paciente com o afrouxamento da política monetária”, disse Brian Lee, economista do Maybank Securities.
Ele disse que as autoridades preferem medidas mais direcionadas, como incentivar investimentos em infraestrutura e manufatura, bem como apoio ao mercado imobiliário na esfera municipal.
Como investir na China?
A BNP Paribas Asset Management e a Nomura aconselham clientes a comprar títulos do governo da China, já que a economia fraca deve reduzir ainda mais os rendimentos.
Analistas da Nomura preveem uma queda para 2,30% no rendimento de títulos públicos de cinco anos até meados de julho. Mais cedo, o rendimento era negociado a 2,49%, após atingir uma mínima de seis meses na terça-feira.
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