Preocupação: 63% dos fornecedores temem que seus negócios sejam afetados pelo clima (Creative Commons/Pink Sherbet)
Vanessa Barbosa
Publicado em 1 de abril de 2013 às 17h53.
São Paulo – Enquanto 57% das empresas conhecem sua pegada de carbono e possuem metas definidas para redução de emissões de gases efeito estufa, apenas 13% de seus fornecedores fazem o mesmo. É o que aponta uma pesquisa feito pelo programa CDP Supply Chain Brasil, que analisou como as cadeias de valor estão trabalhando para mitigar os impactos de suas ações no clima.
Ao serem cultivadas em escala de complexidade cada vez maiores, as cadeias de fornecimento representam desafios para a gestão e também oportunidades significativas para as empresas. Uma oportunidade que está passando em branco.
Para se ter uma ideia, os 13% dos fornecedores brasileiros que reportaram investir na redução de emissões sinalizam economias monetárias de US$ 14 milhões.
Apesar do baixo engajamento da cadeia de valor nos esforços de mitigação das mudanças climáticas, 38% dos fornecedores de grandes empresas do país acreditam que os impactos de mudanças climáticas nos negócios já podem ser sentidos ou começarão a ser percebidos nos próximos cinco anos – fato associado diretamente a aumento no custo de operação e a redução da capacidade de produção.
Além disso, 63% dos fornecedores que responderam à pesquisa identificam um risco relacionado às mudanças climáticas, com potencial de afetar de forma expressiva suas receitas ou negócios.
O CDP Supply Chain Brasil faz parte de um programa global que permite que grandes empresas compradoras questionem e engajem suas cadeias de fornecimento a implementar estratégias para mitigar as mudanças climáticas.
Da porção global do programa, baseado em dados de 2415 empresas, incluindo 2363 fornecedores e 52 grandes empresas compradoras com poder de compra combinado de aproximadamente US$ 1 trilhão, foram extraídas as respostas dos 202 fornecedores brasileiros abordados por sete grandes compradores que são membros do programa no país: AES Eletropaulo, Banco Bradesco, Braskem, Fibria, Marfrig, Suzano Papel e Celulose e Vale.