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Duplo atentado talibã em Cabul deixa ao menos 30 mortos

Os insurgentes do Talibã reivindicaram as duas explosões, realizadas na hora do rush, quando os funcionários deixavam o complexo administrativo

Cabul: pelo menos "30 mortos e 80 feridos" foram levados para hospitais na capital afegã depois do atentado, declarou um porta-voz (Omar Sobhani/Reuters)

Cabul: pelo menos "30 mortos e 80 feridos" foram levados para hospitais na capital afegã depois do atentado, declarou um porta-voz (Omar Sobhani/Reuters)

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AFP

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 16h06.

Última atualização em 10 de janeiro de 2017 às 16h14.

Pelo menos 30 pessoas morreram e 80 ficaram feridas nesta terça-feira em um duplo atentado em frente a um anexo do Parlamento afegão, em Cabul, informaram autoridades da segurança.

Os insurgentes do Talibã reivindicaram as duas explosões, realizadas na hora do rush, quando os funcionários deixavam o complexo administrativo.

Pelo menos "30 mortos e 80 feridos" foram levados para hospitais na capital afegã depois do atentado, declarou à AFP um porta-voz do ministério da Saúde.

"O balanço pode aumentar, uma vez que alguns feridos estão em estado crítico", acrescentou.

Uma fonte nos serviços de segurança afirmou que entre os mortos há "quatro policiais", membros dos serviços de inteligência.

O porta-voz talibã Zabihullah Mujahid declarou que as explosões tinham como objetivo atingir um veículo pertencente à agência afegã de inteligência.

O anexo abriga diferentes comitês técnicos, além dos escritórios de alguns legisladores.

Apesar do início do inverno (no hemisfério norte), época em que normalmente os distúrbios diminuem no Afeganistão, os talibãs continuam com a sua campanha de ataques em todo o país, enquanto os esforços internacionais para iniciar negociações de paz fraquejam.

Um segurança do edifício, identificado como Zabi e que foi ferido, disse à AFP que o primeiro ataque foi obra de um homem-bomba.

"Ele se aproximou a pé dos funcionários que deixavam o prédio e acionou a sua carga explosiva no meio da multidão", explicou.

"A segunda explosão foi a de um carro-bomba, que estava estacionado do outro lado da rua e que me jogou para trás quando detonado", acrescentou.

O veículo em questão ficou completamente destruído, constatou um fotógrafo da AFP no local, que presenciou cenas de devastação: sapatos cobertos de sangue e escombros, um edifício em chamas.

A maioria das vítimas eram civis, incluindo funcionários do parlamento, informou à AFP um membro da segurança que pediu anonimato.

Crescente presença estrangeira

Repetidas tentativas de lançar negociações com o Talibã fracassaram recentemente e as autoridades preveem novos confrontos violentos após o inverno.

Nesta terça-feira de manhã, um homem-bomba matou sete pessoas em Lashkar Gah, capital da província de Helmand, no sul do Afeganistão, segundo informou o chefe da polícia local.

Estes ataques fazem aumentar a preocupação com a crescente insegurança no Afeganistão, onde 10.000 soldados americanos ajudam as forças afegãs a combater os insurgentes do Talibã, bem como combatentes das organizações extremistas da Al-Qaeda e do Estado Islâmico.

O Afeganistão aplaudiu na semana passada a decisão do Pentágono de implantar mais de 300 marines em Helmand, onde as tropas dos Estados Unidos participaram em intensos combates até o final de sua missão em 2014.

Os marines americanos devem chegar a essa região produtora de ópio na próxima primavera para cooperar com uma missão da Otan no treinamento das forças afegãs.

Esta ajuda é considerada como um sinal de que as forças estrangeiras estão voltando para o país a medida que o conflito se agrava.

O Afeganistão mereceu apenas uma breve menção na campanha presidencial acirrada entre Hillary Clinton e Donald Trump, embora a situação neste país dilacerado pela guerra seja um dos assuntos mais urgentes para o novo ocupante da Casa Branca.

O presidente eleito Donald Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, forneceu poucos detalhes sobre a sua futura política externa e menos ainda sobre como pretende lidar com a guerra no Afeganistão.

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