Trump: empresário é o primeiro ex-presidente dos EUA a ser indiciado. (AFP/AFP)
Redação Exame
Publicado em 31 de março de 2023 às 16h27.
Última atualização em 31 de março de 2023 às 17h23.
Donald Trump se prepara para ser detido na terça-feira, 4, e passar pelo que nenhum outro ex-presidente americano passou: ter suas impressões digitais coletadas e sua foto para a ficha policial tirada. Mas, fiel a si mesmo, o ex-presidente diz que "vai lutar" contra as acusações feitas contra ele em seu caminho para as eleições presidenciais de 2024.
Um grande júri do estado de Nova York apresentou acusações penais contra Trump por ter pago, em dinheiro, US$ 130 mil (R$ 420 mil em valores da época) à atriz pornô Stormy Daniels para comprar o silêncio dela durante a campanha para as presidenciais de 2016.
O ex-presidente nega ter violado a lei e acusa o promotor do distrito de Manhattan, que apresentou as acusações, o democrata Alvin Bragg, de lançar uma "caça às bruxas política".
O objetivo, segundo ele, é impedir que o Partido Republicano o indique como candidato à Casa Branca em um momento em que é o franco favorito, embora pareça ter perdido a capacidade de mobilização e o brilho do passado.
Segundo seus advogados, o ex-presidente, que se encontra em sua residência de Mar-a-Lago, na Flórida, vai se entregar na terça-feira às autoridades de Nova York para responder às acusações, mantidas em segredo.
"O presidente não será algemado", disse Joe Tacopina, um dos advogados, que teme, no entanto, que seus adversários tirem proveito da situação, "fazendo-o desfilar".
No sistema de Justiça dos Estados Unidos, ser indiciado significa que uma pessoa foi formalmente acusada de um crime por um grande júri ou por um promotor público. Isso só ocorre depois de uma investigação policial com evidências robustas para sustentar a acusação. Isso não significa que a pessoa é culpada, mas que ela tem motivos para ser julgada.
Como Trump foi indiciado, há a possibilidade mais concreta dele ser preso, mas isso ainda depende de negociações com os advogados do ex-presidente, que indicaram que a detenção dele seguiria o procedimento padrão. Isso significa que ele viajaria de sua casa em Mar-a-Lago, na Flórida, para comparecer ao tribunal da cidade de Nova York, fornecer impressões digitais e fotos.
Dada a natureza histórica de tal movimento e as preocupações de segurança envolvidas, a maneira como isso se desenrolaria é incerta. Assim que o caso for registrado e um juiz for selecionado, outros detalhes entrarão em vigor, como o horário do julgamento e possíveis restrições de viagem e requisitos de fiança para o réu.
A condenação por contravenção resultaria em multa. Se Trump for condenado pela acusação criminal, ele enfrentará uma pena máxima de quatro anos de prisão, embora alguns especialistas jurídicos prevejam que uma multa é mais provável, e qualquer tempo atrás das grades é altamente improvável.
(Com AFP)