Dissidentes das Farc libertam funcionário da ONU sequestrado
O colombiano Harley López teria sido liberado na zona de Mocuara, Guaviare, e uma unidade de elite da polícia segue para a região
AFP
Publicado em 5 de julho de 2017 às 13h43.
Última atualização em 5 de julho de 2017 às 13h44.
Bogotá - Rebeldes dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) libertaram um membro de uma equipe da Organização das Nações Unidas (ONU) que haviam feito refém quando ele trabalhava em um projeto para substituir plantações ilegais por legais, disse o governo nesta quarta-feira.
O prestador de serviços colombiano da ONU foi raptado por homens armados em 3 de maio perto de Miraflores, na província de Guaviare, no sul do país, onde há tempos o cultivo de coca é parte essencial da produção de cocaína na Colômbia.
Ele foi detido por homens armados em um comboio de veículos.
"O prestador de serviços da ONU sequestrado pelo crime organizado em Guaviare informou seus superiores que foi libertado por seus captores", disse o Ministério da Defesa em sua conta de Twitter.
Os rebeldes, cerca de 300 ex-combatentes das Farc que rejeitaram o acordo de paz firmado com o governo no final do ano passado, querem assumir o cultivo de coca e o tráfico de cocaína, abandonados quando a guerrilha concordou em depor as armas.
Bogotá quer substituir a coca - a matéria prima da cocaína - por cultivos legais, como café, frutas e cacau.
O sequestro ocorreu no mesmo momento em que representantes do Conselho de Segurança da ONU estavam na Colômbia para debater o acordo de paz assinado com os marxistas das Farc para encerrar cinco décadas de conflito no país andino.
Embora até 7 mil combatentes tenham concordado com o pacto e entregue a maioria de suas armas à ONU, os dissidentes se recusaram.
Eles formaram um nova gangue criminosa e hoje atuam no mesmo tráfico de drogas lucrativo que as Farc praticaram durante anos, segundo os militares.
A liderança das Farc os expulsou.
Políticos da oposição, inclusive o ex-presidente Álvaro Uribe, estão indignados porque o acordo permite que ex-combatentes das Farc escapem de penas de prisão e participem da política nacional.
Muitos colombianos dizem que o governo não fez o suficiente para evitar que outros grupos criminosos e dissidentes das Farc tomem seu lugar e assumam o negócio das drogas.