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Dissidência não acredita em abertura política e liberdades em Cuba

Segundo a oposição, reformas promovidas por Raúl Castro são estéticas

Membros do Partido Comunista assistem ao discurso de Raúl Castro, na sessão de abertura do congresso (AFP)

Membros do Partido Comunista assistem ao discurso de Raúl Castro, na sessão de abertura do congresso (AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2011 às 15h51.

La Habana - A oposição cubana reagiu neste domingo em tom pessimista às mudanças econômicas e de limite de mandato anunciadas pelo presidente Raúl Castro.

Em um longo discurso na abertura do VI Congresso do Partido Comunista (PCC, único), Raúl Castro, que governou a ilha junto com seu irmão Fidel por 52 anos, recomendou no sábado limitar a um máximo de dos períodos de cinco anos o mandato dos principais dirigentes do PCC e o Estado.

"Se vão governar mais 10 anos, continuarão arruinando o país; mais que um anúncio, é uma ameaça, outra década de castrismo ineficiente será arruinar mais o país", afirmou o ativista Elizardo Sánchez.

Da mesma forma, pronunciou-se Berta Soler, uma das líderes das Damas de Branco, as esposas de ex-presos políticos. "Aqui, em Cuba, não mudou nada, e as reformas de Raúl são cosméticas para que fique no poder o que resta a ele de vida", assinalou, em referência aos 80 anos que o presidente cubano completará em junho.

Os moderados Manuel Cuesta Morúa e Oscar Espinosa Chepe, assim como o advogado René Gómez, acha, no entanto, que a medida é válida, apesar de tardia.

"Parece interessante, mas é uma limitação para o futuro, já que não diz respeito a eles", afirmou Cuesta, enquanto que Chepe a classificou de "positiva", mas se for eliminado o unipartidarismo previsto na Constituição. "É positivo em si mesmo, apesar de, obviamente, isso ser deixado para seus sucessores, pois a limitação para o próprio general Raúl Castro não faz sentido", acrescentou Gómez.

O presidente, que voltou a classificar os dissidentes de "mercenários a serviço de uma potência estrangeira", assegurou que não cederá as praças e as ruas à oposição, lugares em que "o povo defenderá sua revolução". "Nem nas ruas, nas praças, nem dentro das casas, isso confirma que não há nada a esperar desse congresso", afirmou Sánchez.

As Damas de Branco, que realizam passeatas dominicais pela libertação dos presos políticos e enfrentaram a agressão de simpatizantes do governo em várias ocasiões, asseguram que têm o direito de se manifestar "pacificamente e exigir a libertação dos presos". "É mais do mesmo, eles agem como se as pessoas que discordam do governo não fossem cidadãos cubanos", acusou Gómez.

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