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Diplomata americana se desculpa por declaração sobre UE

Vazou no YouTube de uma conversa por telefone, na qual Victoria Nuland critica a resposta europeia para a crise política na Ucrânia

O presidente ucraniano Viktor Yanukovytch e a secretária de Estado americana adjunta, Victoria Nuland, durante encontro na quinta-feira em Kiev
 (MYKHAYLO MARKIV/AFP)

O presidente ucraniano Viktor Yanukovytch e a secretária de Estado americana adjunta, Victoria Nuland, durante encontro na quinta-feira em Kiev (MYKHAYLO MARKIV/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 06h29.

Washinton - A principal diplomata americana para a Europa, Victoria Nuland, pediu desculpas nesta quinta-feira aos colegas do "Velho continente", depois do vazamento no YouTube de uma conversa por telefone, na qual ela critica a resposta europeia para a crise política na Ucrânia.

"Que se fod... a UE!", diz a nova subsecretária de Estado americana para a Europa em um telefonema recente com o embaixador americano em Kiev, Geoff Pyatt, quando discutiam os próximos passos a seguir para tentar resolver a crise pelos protestos em favor da democracia nesse país.

Funcionários americanos não negaram que a conversa - publicada em um vídeo no Youtube com legendas em russo - tenha acontecido, mas se negaram a dar detalhes. Eles criticaram a Rússia por, supostamente, ter interceptado os telefonemas de diplomatas.

Victoria "esteve em contato com seus contrapartes europeus e, claro, desculpou-se", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

Para o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, o fato de o vídeo ter sido tuitado pelo governo russo "diz algo sobre o papel da Rússia" nos fatos.

"Não discutimos conversas privadas", acrescentou Carney, reforçando que Victoria "esteve em contato com seus pares da UE, e a relação com a UE é mais forte do que nunca".


Na conversa por telefone, a subsecretária acrescenta ter tido informações de que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pretende nomear um antigo embaixador holandês em Kiev, Robert Serry, como seu representante na Ucrânia.

"Isso seria fantástico para ajudar a unir tudo isso, ter a ONU que una isso e, você já sabe, que se fod... a UE", disse ela, em uma aparente referência às diferenças entre Washington e a UE sobre a Ucrânia.

Nuland e Pyatt parecem discutir sobre a crise na Ucrânia e a oferta do presidente Viktor Yanukovytch em janeiro de nomear o líder da oposição Arseny Yatsenyuk como primeiro-ministro e o popular boxeador e também opositor Vitali Klitschko como vice-primeiro-ministro. Ambos rejeitaram a oferta.

Em conversa com os jornalistas, a porta-voz Jen Psaki também rebateu as alegações russas de que Washington está se intrometendo na política interna de Kiev, já que, no telefonema, ouve-se a subsecretária falando de quem deveria e de quem não está no governo ucraniano.

Não deveria "ser uma surpresa" que os funcionários americanos falem desse tema, comentou Psaki, insistindo em que se tratou de uma "conversa diplomática privada".

Em dezembro, Victoria Nuland esteve na praça Independência de Kiev, em sinal de apoio aos manifestantes.

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