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Dinamarquês que matou jornalista sueca é condenado à prisão perpétua

O inventor de 47 anos foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato da jornalista sueca em agosto de 2017

Kim Wall: Madsen confessou ter matado e esquartejado a jornalista sueca (Tom Wall/Reuters)

Kim Wall: Madsen confessou ter matado e esquartejado a jornalista sueca (Tom Wall/Reuters)

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AFP

Publicado em 25 de abril de 2018 às 09h27.

Última atualização em 25 de abril de 2018 às 10h27.

O inventor Peter Madsen foi condenado nesta quarta-feira à prisão perpétua pelo assassinato, precedido de abusos sexuais, de uma jovem jornalista sueca, Kim Wall, em seu submarino particular em agosto de 2017, perto de Copenhague.

O réu, de 47 anos, foi considerado culpado pelo júri do tribunal de Copenhague pelo assassinato com premeditação de Kim Wall, de 30 anos, e por tê-la agredido sexualmente e esquartejado seu corpo antes de jogá-lo ao mar.

O caso ganhou as manchetes e é único na história judicial dinamarquesa devido às circunstância, um crime realizado em um submarino, e pela personalidade de seus protagonistas: um inventor renomado, criador de foguetes e submergíveis, e uma jovem jornalista que pretendia entrevistá-lo.

Em outubro, Peter Madsen confessou que esquartejou e lançou ao mar o corpo da vítima, mas negou tê-la matado intencionalmente.

Até então, Madsen, de 46 anos, negava ter mutilado o cadáver e assegurava que a jornalista havia morrido acidentalmente, depois que uma escotilha de 70 quilos teria caído sobre a sua cabeça.

A necropsia não permitiu determinar as causas da morte de Kim Wall. As partes do corpo da vítima foram encontradas em diferentes lugares da Baía de Køge, que separa a Dinamarca da Suécia.

"O homicídio pode ter acontecido por degolamento ou estrangulamento", afirmou a Procuradoria.

O procurador Kakob Buch-Jepsen pediu que a imprensa seja cuidadosa ao publicar as informações mais sensíveis "deste caso de rara violência, com consequências trágicas para Kim Wall e seus parentes".

Em 10 de agosto, Madsen embarcou com Wall no "UC3 Nautilus", submarino que ele mesmo projetou e construiu.

A jornalista queria fazer o perfil deste engenheiro autodidata obcecado pela conquista do mar e do espaço.

Madsen foi socorrido no dia 11 de agosto pela manhã, antes do naufrágio de sua embarcação, que admitiu ter afundado intencionalmente.

No dia seguinte, as autoridades emergiram o "Nautilus", que foi rebocado até Copenhague para fazer investigações em seu interior.

Depois de uma intensa busca no mar, o tronco decapitado e esquartejado de Kim Wall foi encontrado em 21 de agosto por um ciclista na Baía de Køge.

No início de outubro, a Polícia anunciou ter encontrado a cabeça e as pernas da jornalista nas mesmas águas.

A acusação sustenta que Madsen matou Kim Wall com o objetivo de satisfazer uma fantasia sexual, para depois mutilar seu corpo.

No disco rígido do computador de seu laboratório foram encontrados filmes "fetichistas" em quemulheres são torturadas, decapitadas e queimadas.

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