Brasília - A candidata do PT Dilma Rousseff fez sua primeira aparição pública, após o primeiro turno, mais como a candidata que deixou de ser eleita neste domingo do que como quem lidera a corrida presidencial.

Procurando mostrar otimismo num momento em que, nos bastidores, dirigentes petistas tentavam digerir a necessidade de segundo turno, Dilma disse nesta noite estar acostumada a desafios.

"(Gostaria de) dizer que nós somos bastante guerreiros, nós somos acostumados a desafios e somos de chegada. Tradicionalmente, a gente tem desempenhado muito bem no segundo turno", afirmou Dilma em pronunciamento a jornalistas, depois de confirmado o novo confronto com José Serra (PSDB).

Com 99,4 por cento dos votos apurados pelo TSE, Dilma tem 46,8 por cento dos votos válidos, bem menos do que as últimas pesquisas, incluindo a boca de urna, diziam que ela teria.

Já Marina Silva (PV), o principal fator para a realização da segunda rodada, tem a 19,4 por cento, acima das previsões. Serra aparece com 32,7 por cento.

O resultado abalou integrantes da campanha petista, que alimentaram até o fechamento das urnas de esperanças de que Dilma fosse eleita neste domingo.

A avaliação imediata no PT é de que a candidata perdeu fôlego no voto religioso, em especial entre os evangélicos. Essa seria, segundo algumas avaliações do partido, a principal razão do segundo turno.

Detalhes

Em seu pronunciamento, a petista ressaltou a eleição de "absoluta normalidade" e disse que terá mais oportunidade de detalhar suas propostas nas próximas semanas para erradicar a miséria e manter o crescimento do país.

Ela prometeu conversar "com todos os representantes da sociedade civil que queiram estabelecer esse diálogo conosco".

Dilma não respondeu a perguntas dos jornalistas e disse que concederá entrevista coletiva na segunda-feira.

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