Dilma rebate crítica da 'Economist' em Nova York
Segundo matéria da revista britânica, crescimento econômico brasileiro não é sustentável
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Nova York - A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, respondeu às críticas feitas pela revista britânica The Economist de que a economia brasileira parece um Toyota com um "acelerador preso no piso", em uma comparação com os problemas de freio apresentados em determinados modelos fabricados pela montadora japonesa.
"Só se for um Toyota em relação à Europa", afirmou ela, em entrevista depois de apresentação em evento sobre as eleições organizado pela BM&F-Bovespa em Nova York.
"Não dá para dizer que a economia esteja fora de controle. Devemos crescer a uma taxa média de 6%, com US$ 250 bilhões em reservas. Controlamos os gastos. O déficit está em 3,3%. Nossa relação dívida-PIB é de 42,9%. E a inflação foi controlada. Eles esquecem de citar essas partes", disse.
A reportagem da The Economist adverte para o risco de um crescimento não sustentável. Depois de citar a construção de arranha-céus na Avenida Faria Lima, em São Paulo, e a venda de carros e computadores, a prestigiada publicação britânica acrescenta que "o problema é que, apesar de crescer a um ritmo chinês, o Brasil não é China, pois ainda investe e poupa pouco". Para a revista, isso pode ser bom em ano eleitoral, mas terá consequências no futuro.
A petista rejeitou a afirmação de que o governo esteja relaxando no controle fiscal para facilitar a sua eleição. "Onde já se viu um motorista que sobe juros" na época da eleição, questionou Dilma, voltando ao exemplo do carro usado pela The Economist. "Antes, esperavam as eleições para dar a má notícia", acrescentou a pré-candidata, em afirmação indireta ao governo de Fernando Henrique Cardoso.