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Dezenas de migrantes morrem em nova tragédia no Mediterrâneo

As vítimas faziam parte de um grupo de entre 500 e 700 pessoas que lotavam uma embarcação precária de madeira

Migrantes: socorristas tentaram salvar tantas pessoas quanto possível após o incidente (Darrin Zammit Lupi/File Photo/Reuters)

Migrantes: socorristas tentaram salvar tantas pessoas quanto possível após o incidente (Darrin Zammit Lupi/File Photo/Reuters)

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AFP

Publicado em 24 de maio de 2017 às 14h12.

Dezenas de migrantes, incluindo crianças, morreram afogados nesta quarta-feira após caírem de um barco superlotado perto da costa da Líbia, onde a tensão aumenta entre as ONGs e a Guarda Costeira local.

A Guarda Costeira italiana, que coordena as operações de resgate nesta área, menciona pelo menos 20 corpos, enquanto Chris Catrambone, da ONG Moas, relatou cerca de 31 cadáveres.

"A maioria das vítimas são crianças muito jovens", tuitou, postando fotos dos migrantes pedindo socorro na água e sacos mortuários empilhados na embarcação.

As vítimas faziam parte de um grupo de entre 500 e 700 pessoas que lotavam uma embarcação precária de madeira que navegava a cerca de 20 milhas náuticas da costa de Zuara, 100 km a oeste de Trípoli.

Quando as equipes do "Phoenix", navio fretado pela Moas, começaram a intervir e distribuir coletes salva-vidas, alguns dos migrantes que estavam no convés caíram na água, talvez em razão de uma onda.

"Não é cena de filme de terror, é uma verdadeira tragédia que acontece hoje às portas da Europa", tuitou Catrambone.

Com a ajuda de um barco de patrulha da Guarda Costeira italiana e vários navios comerciais, os socorristas tentaram salvar tantas pessoas quanto possível, enquanto um helicóptero e um avião militar lançavam botes salva-vidas.

Na Itália, os migrantes que chegaram na segunda-feira após serem resgatados em frente à costa líbia relataram que na sexta-feira encontraram um bote esvaziado com quatro sobreviventes a bordo, observando que havia mais de 150 desaparecidos.

Ao menos 1.254 pessoas morreram ou desapareceram no Mediterrâneo, segundo um balanço da Organização Internacional para as Migrações (OIM), enquanto mais de 50.000 migrantes desembarcaram na Itália este ano.

Nesta quarta-feira, 15 operações de resgate estavam em curso perto da Líbia, segundo a Guarda Costeira.

Na terça-feira, as autoridades italianas coordenaram o resgate de cerca de 1.500 migrantes, enquanto os seus colegas líbios interceptaram mais de 350 que foram levados de volta ao país norte-africano.

A ONG alemã Jugend Rettet denunciou a intervenção da Guarda Costeira líbia, que está sendo treinada pela União Europeia para tentar limitar o fluxo de migrantes para o continente europeu.

De acordo com um comunicado da organização, lanchas da Guarda Costeira líbia fizeram com que as embarcações voltassem à força, disparando para o ar e afastando os migrantes num momento em que suas equipes tentavam oferecer ajuda em águas internacionais.

Para os defensores dos direitos humanos, o ACNUR, e até mesmo o governo alemão, os migrantes não devem ser devolvidos à Líbia, onde sofrem extorsão, violência, estupro, tortura e assassinato.

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