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Detenção do opositor russo Navalny preocupa europeus e EUA

O principal opositor russo, Alexei Navalny, foi preso pela polícia ao chegar neste domingo (17) ao aeroporto de Sheremetievo, em Moscou

Rússia denuncia "desinformação" no caso Navalny para impor sanções (Vladimir Gerdo/Getty Images)

Rússia denuncia "desinformação" no caso Navalny para impor sanções (Vladimir Gerdo/Getty Images)

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AFP

Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 06h48.

O Ministério britânico das Relações Exteriores manifestou, nesta segunda-feira (18), sua "profunda preocupação" com a detenção do opositor russo Alexei Navalny, preso no domingo ao desembarcar em Moscou procedente da Alemanha.

"É assombroso que Alexei Navalny, vítima de um crime hediondo, seja detido pelas autoridades russas", tuitou o titular da pasta, Dominic Raab.

A Rússia deve investigar "o uso de uma arma química" em seu território, em vez de "perseguir Navalny", acrescentou o ministro, referindo-se ao envenenamento do opositor russo.

Raab também pediu sua "libertação imediata".

Mais cedo, o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, já havia se pronunciado nessa mesma direção.

Navalny "tomou a decisão consciente de voltar para a Rússia, que considera sua casa pessoal e política", e o fato de que tenha sido detido pelas autoridades russas logo ao chegar "é totalmente incompreensível", afirmou Maas.

Lembrando que a Rússia está vinculada por sua própria Constituição e por suas obrigações internacionais ao Estado de direito e à proteção dos direitos civis, o ministro acrescentou: "certamente, estes princípios também devem ser aplicados" a Navalny, que "deve ser libertado imediatamente".

Depois que o opositor, um carismático ativista anticorrupção e inimigo do Kremlin, foi vítima de "um grave ataque de envenenamento" em território russo, a Alemanha pede à Rússia que "investigue a fundo este ataque e leve os autores à Justiça", insistiu Maas.

Ainda nesta segunda, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também pediu sua "libertação imediata".

No domingo (17), o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, também reagiu à prisão de Alexei Navalny, detido ao retornar à Rússia pela primeira vez desde seu envenenamento no verão passado.

"Os Estados Unidos condenam veementemente a decisão da Rússia de prender Alexei Navalny", afirmou Pompeo em um comunicado.

"Notamos com grande preocupação que sua detenção é a última de uma série de tentativas de silenciar Navalny e outras figuras da oposição e vozes independentes que criticam as autoridades russas", completou.

Navalny foi detido no aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, menos de uma hora depois de chegar da Alemanha, onde estava se recuperando do envenenamento por uma substância neurotóxica que, segundo ele, foi encomendado pelo presidente Vladimir Putin.

Os EUA se uniram à União Europeia para condenar a medida, com Pompeo dizendo que "Navalny não é o problema. Exigimos sua libertação imediata e incondicional".

"Os líderes políticos confiantes não temem vozes concorrentes, nem cometem violência, nem detêm oponentes políticos injustamente", acrescentou.

Sem acesso a advogados

De acordo com o Fundo da Luta contra a Corrupção, a organização fundada por Navalny, ele está sem acesso a seus advogados desde sua detenção "ilegal" ontem.

"Está detido ilegalmente, impedem que seus advogados o vejam", afirmou o Fundo.

Dois advogados conseguiram entrar na delegacia de Khimki, onde Navalny está, mas não puderam se reunir com ele, disse sua porta-voz Kira Yarmysh.

"Não lhes permitem ver Alexei", tuitou a porta-voz.

Em entrevista à Rádio Eco, de Moscou, uma de suas advogadas, Olga Mikhailova, afirmou que a polícia "viola a lei ao impedir a defesa" de se reunir com Navalny.

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