Desnutrição condena milhões a vidas atrofiadas, diz Unicef
Estimativa é de que cerca de 165 milhões de crianças no mundo todo são atrofiadas pela desnutrição quando bebês
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2013 às 10h23.
Londres - Cerca de 165 milhões de crianças no mundo todo são atrofiadas pela desnutrição quando bebês e enfrentam um futuro de enfermidades, déficit educacional, baixa renda e pobreza , disse nesta sexta-feira o principal dirigente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O diretor-executivo Anthony Lake afirmou à Reuters que o problema da desnutrição está sendo vastamente menosprezado, em grande parte porque costuma ser confundida com a falta de comida.
Na verdade, disse ele, a desnutrição e suas irreversíveis consequências para a saúde afetam também países relativamente ricos, como a Índia, onde há abundância de alimentos, mas o acesso é desigual, e seu conteúdo nutricional pode ser baixo.
"A subnutrição, e especialmente a atrofia do crescimento, é uma das crises menos reconhecidas para as crianças do mundo", disse Lake. "É uma coisa horrível. Essas crianças estão condenadas." A atrofia é a consequência da desnutrição nos primeiros mil dias de vida, incluindo a gestação. Crianças atrofiadas por desnutrição aprendem menos na escola e têm mais propensão a viverem na pobreza, tendo por consequência filhos que também sofrerão com esse problema, e criando uma maior disparidade entre ricos e pobres, segundo Lake.
"Os números são absurdos. Na Índia, por exemplo, cerca de 48 por cento das crianças estão atrofiadas, e no Iêmen são quase 60 por cento. Pense no empecilho ao desenvolvimento", afirmou o dirigente.
"E o principal ponto é que (a atrofia) é absolutamente irreversível. Você pode alimentar uma criança abaixo do peso, mas, com uma criança atrofiada, por causa dos efeitos sobre o cérebro, há uma capacidade cognitiva permanentemente reduzida já por volta dos dois anos de idade." Lake falou à Reuters em Londres antes da cúpula "Nutrição para o Crescimento", a ser promovida no sábado pelos governos do Brasil e da Grã-Bretanha e pela Fundação Fundo de Investimento Infantil. Há a expectativa de que países doadores aproveitem o evento para se comprometerem a entregar mais verbas para o combate à desnutrição.
O Unicef diz que por enquanto deseja focar seus esforços em 20 nações --principalmente na África e Ásia-- onde vivem cerca de 70 por cento das crianças atrofiadas pela desnutrição.
O custo para o combate à desnutrição nesses países é estimado em cerca de 7 bilhões de dólares por ano, segundo Lake. O objetivo da cúpula de sábado é obter compromissos para financiar cerca de metade dessa quantia.
Londres - Cerca de 165 milhões de crianças no mundo todo são atrofiadas pela desnutrição quando bebês e enfrentam um futuro de enfermidades, déficit educacional, baixa renda e pobreza , disse nesta sexta-feira o principal dirigente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O diretor-executivo Anthony Lake afirmou à Reuters que o problema da desnutrição está sendo vastamente menosprezado, em grande parte porque costuma ser confundida com a falta de comida.
Na verdade, disse ele, a desnutrição e suas irreversíveis consequências para a saúde afetam também países relativamente ricos, como a Índia, onde há abundância de alimentos, mas o acesso é desigual, e seu conteúdo nutricional pode ser baixo.
"A subnutrição, e especialmente a atrofia do crescimento, é uma das crises menos reconhecidas para as crianças do mundo", disse Lake. "É uma coisa horrível. Essas crianças estão condenadas." A atrofia é a consequência da desnutrição nos primeiros mil dias de vida, incluindo a gestação. Crianças atrofiadas por desnutrição aprendem menos na escola e têm mais propensão a viverem na pobreza, tendo por consequência filhos que também sofrerão com esse problema, e criando uma maior disparidade entre ricos e pobres, segundo Lake.
"Os números são absurdos. Na Índia, por exemplo, cerca de 48 por cento das crianças estão atrofiadas, e no Iêmen são quase 60 por cento. Pense no empecilho ao desenvolvimento", afirmou o dirigente.
"E o principal ponto é que (a atrofia) é absolutamente irreversível. Você pode alimentar uma criança abaixo do peso, mas, com uma criança atrofiada, por causa dos efeitos sobre o cérebro, há uma capacidade cognitiva permanentemente reduzida já por volta dos dois anos de idade." Lake falou à Reuters em Londres antes da cúpula "Nutrição para o Crescimento", a ser promovida no sábado pelos governos do Brasil e da Grã-Bretanha e pela Fundação Fundo de Investimento Infantil. Há a expectativa de que países doadores aproveitem o evento para se comprometerem a entregar mais verbas para o combate à desnutrição.
O Unicef diz que por enquanto deseja focar seus esforços em 20 nações --principalmente na África e Ásia-- onde vivem cerca de 70 por cento das crianças atrofiadas pela desnutrição.
O custo para o combate à desnutrição nesses países é estimado em cerca de 7 bilhões de dólares por ano, segundo Lake. O objetivo da cúpula de sábado é obter compromissos para financiar cerca de metade dessa quantia.