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Depoimento de ex-secretária de Imprensa fecha 2ª semana de julgamento de Trump

Ex-presidente é acusado de fraude envolvendo pagamento de suborno à ex-atriz Stormy Daniels

O ex-presidente Donald Trump, alvo de mais de 90 processos na Justiça (Jeenah Moon/AFP)

O ex-presidente Donald Trump, alvo de mais de 90 processos na Justiça (Jeenah Moon/AFP)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 3 de maio de 2024 às 16h24.

Última atualização em 3 de maio de 2024 às 16h35.

Quando a segunda semana do julgamento de Donald Trump estava prestes a terminar, nesta sexta-feira, 3, subiu ao banco das testemunhas a ex-secretária de Imprensa de sua campanha eleitoral de 2016, a primeira pessoa do círculo mais próximo do magnata.

Hope Hicks, que relatou estar "muito nervosa", esteve envolvida na etapa final da bem-sucedida campanha eleitoral de 2016, quando supostamente foi realizado um pagamento para comprar o silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels por um caso extraconjugal com Trump uma década antes.

Trump, de 77 anos, candidato do Partido Republicano nas eleições presidenciais de novembro, é acusado de falsificar documentos contábeis para ocultar o pagamento de US$ 130 mil (R$ 684 mil na cotação atual) a Daniels a poucos dias das eleições de 2016, nas quais derrotou a democrata Hillary Clinton.

O pagamento a Daniels, que, segundo a acusação, o bilionário encobriu como gastos legais de seu então advogado Michael Cohen, é o centro deste julgamento no qual um ex-presidente se senta no banco dos réus pela primeira vez na história do país.

Durante a campanha, ele "se reportava ao Sr. Trump", disse Hicks, declarando que Cohen "estava muito envolvido". Aos 26 anos, a testemunha aderiu à campanha do nova-iorquino, com cuja família ela aparentemente ainda mantém relações cordiais.

Questionada sobre uma gravação divulgada antes das eleições de 2016, na qual Trump se vangloriava por poder agarrar as mulheres pelos seus órgãos genitais, Hicks disse que "não parecia algo que ele diria".

Segundo o ex-editor do jornal sensacionalista National Enquirer David Pecker, primeira testemunha do julgamento, a ex-secretária de Imprensa estava presente em uma reunião na Trump Tower em 2015, na qual concordou em ajudar a campanha incipiente do republicano no ano seguinte.

Sob o olhar cerrado do republicano, que evitou cruzar, ela disse, porém, não se lembrar do encontro.

O juiz Juan Merchan começou a audiência desta sexta se dirigindo diretamente a Trump para "esclarecer [qualquer] mal-entendido" sobre sua ordem que proíbe o magnata de publicar nas redes sociais conteúdos sobre as testemunhas, o júri e os funcionários do tribunal e seus familiares.

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Mais multas?

As repetidas violações da ordem imposta por Merchan lhe impuseram uma multa de US$ 9 mil (R$ 47 mil na cotação atual).

Na quinta-feira, o promotor Christopher Conroy instou novamente o magistrado a multar Trump por quatro novas violações. "O réu acredita que as regras deveriam ser diferentes para ele", argumentou Conroy.

Merchan, que ainda anunciará sua decisão, recordou que o candidato republicano tem o "direito absoluto de testemunhar" perante o tribunal, e que a ordem "só se aplica a declarações extrajudiciais (...) fora dos tribunais".

"Obrigado", respondeu Trump.

O republicano lamentou novamente nesta sexta-feira que sua presença obrigatória no julgamento lhe mantenha afastado de sua campanha eleitoral. Ele também lançou novos ataques contra o juiz, cuja imparcialidade questiona, por "tentar apresentar o caso da forma mais lasciva possível, permitindo testemunhas que nada têm a ver" com o caso.

Até o momento, a pedido da acusação, além de Pecker, tomaram posição outras testemunhas que explicaram como foram feitos os pagamentos, particularmente Keith Davidson, advogado de Daniels e a modelo Karen McDougal, que também recebeu US$ 150 mil (R$ 789 mil), para comprar seu silêncio por outro suposto caso extraconjugal. A defesa tentou colocá-lo contra o júri, sugerindo que ele estava envolvido em uma "extorsão".

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