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Demanda por bens duráveis mostra melhora na economia dos EUA

Com retomada do crescimento econômico, demanda americana teve em setembro seu maior ganho em seis meses

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou que os pedidos de bens duráveis, excluindo transporte, subiram 1,7% (Timothy A. Clary/AFP)

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou que os pedidos de bens duráveis, excluindo transporte, subiram 1,7% (Timothy A. Clary/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2011 às 13h19.

Washington - A demanda por uma gama de bens duráveis nos Estados Unidos teve em setembro seu maior ganho em seis meses, reforçando visões de uma intensificação do crescimento econômico no terceiro trimestre e sugerindo que o último trimestre do ano começou com algum dinamismo.

Além disso, as vendas de moradias novas nos Estados Unidos tiveram a maior alta dos últimos cinco meses em setembro, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira, mas declínios contínuos nos preços indicam que o mercado imobiliário do país está longe da recuperação.

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou que os pedidos de bens duráveis, excluindo transporte, subiram 1,7 por cento, após caírem 0,4 por cento no dado revisado de agosto.

O número superou as expectativas dos economistas, que previam crescimento de 0,4 por cento no período, depois da queda reportada anteriormente de 0,1 por cento.

Mas uma queda na demanda por equipamentos de transporte, como reservas para veículos e aeronaves civis, ditou a baixa de 0,8 por cento no índice cheio. O número seguiu a uma baixa de 0,1 por cento em agosto e ficou em linha com as expectativas dos economistas, que previam recuo de 0,9 por cento.

"A demanda por grandes produtos parece estar vivo e bem", disse o economista-chefe da RDQ Economics, John Ryding, em Nova York. "Fora do volátil setor de transporte, os ganhos de encomendas de bens duráveis foram amplos e apontam para um setor industrial que continua se expandindo em ritmo sólido." Os pedidos para o setor de transporte caíram 7,5 por cento, o maior declínio desde abril. As encomendas de veículos a motor e peças caíram 2,7 por cento, enquanto reservas de aeronaves civis despencaram 25,5 por cento. A Boeing recebeu apenas 59 encomendas de aviões, segundo o site da fabricante de aviões, menos da metade dos 127 pedidos registrados em agosto.

O tom do relatório foi reforçado por um salto de 2,4 por cento nas encomendas de bens de capital, excluindo o setor de defesa, uma medida observada de perto para os gastos das empresas.

Esse foi o maior aumento desde março e compensa a revisão de baixa da alta de agosto.

"Os detalhes do relatório de bens duráveis foram bastante construtivos, apontando para um momento dinâmico no investimento de capital das empresas daqui para frente", disse a estrategista sênior da macro TD Securities Millan Mulraine, em Nova York.


Os embarques de bens de capital fora do setor de defesa, excluindo aviões, no entanto, caíram 0,9 por cento, depois de uma alta de 3,1 por cento em agosto.

Ainda assim, o relatório foi mais uma evidência que a atividade econômica acelerou no terceiro trimestre, após um fraco primeiro semestre.

O governo norte-americano divulgará na quinta-feira os dados do Produto Interno Bruto (PIB) referente ao terceiro trimestre. De acordo com pesquisa da Reuters, a economia cresceu num ritmo anual de 2,5 por cento entre julho e setembro, de acordo com a mediana das estimativas. Esse desempenho marcaria uma forte aceleração depois do crescimento de 1,3 por cento registrado no segundo trimestre.

Embora o setor manufatureiro tenha desacelerado nos últimos meses, o relatório de bens duráveis de setembro apontou alguma resiliência.

Detalhes do relatório, fora o setor de transporte, foram bastante otimistas, com as encomendas para máquinas, metais primários, equipamentos elétricos e computadores e produtos eletrônicos em sólida alta.

As encomendas não registradas cresceram 0,8 por cento no mês passado, e os estoques pouco aumentaram, indicando que as fábricas permanecerão ocupadas por um tempo.

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou ainda que as vendas de novas casas cresceram 5,7 por cento, para taxa anual de 313 mil unidades, com as vendas na região Sul registrando o maior aumento desde abril do ano passado e ofuscando a forte queda no Meio-Oeste.

A mudança percentual nas vendas gerais foi a maior desde março, com o maior ritmo de vendas desde abril.

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