"Deltaduto" faz Perillo anunciar auditoria em contratos
A campanha do governador de Goiás teria se beneficiado de recursos de empresas de fachada que serviam para redirecionar para políticos e laranjas dinheiro da Delta
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2012 às 08h38.
Brasília - Beneficiado pelo "deltaduto" operado por Carlinhos Cachoeira, o governador de Goiás , Marconi Perillo (PSDB), anunciou nesta quinta uma auditoria nas licitações e contratos celebrados entre o Estado e a Delta Construções.
A campanha de Perillo, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, foi irrigada pelo circuito financeiro de empresas de fachada que serviam para redirecionar para políticos e laranjas, conforme aponta a Polícia Federal, recursos da Delta.
Segundo Perillo, o governo vai apresentar o relatório com a conclusão dos trabalhos em 30 dias. Caso sejam identificadas irregularidades, a Delta terá 15 dias para apresentar sua defesa. O governador negou ainda qualquer relação entre as doações de sua campanha e as empresas citadas nas investigações. "As doações feitas foram todas oficiais e legais."
Na lista de beneficiários das empresas investigadas pela PF consta ainda a Produtos Alimentícios Orlândia S/A, que doou R$ 13 mil para o deputado federal Rubens Otoni (PT). O parlamentar aparece em um vídeo conversando com Cachoeira sobre doações de campanha.
O "deltaduto" serviu de ambiente de transações financeiras que envolveram outros empresários locais, vários com negócios com o governo de Goiás. Um mês depois da eleição, o tucano recebeu R$ 400 mil de Valterci de Melo, diretor do Laboratório Teuto. Com sede em Anápolis (GO), terra de Cachoeira, a indústria farmacêutica é uma das maiores empresas do Estado.
Melo abasteceu a conta da Brava Construções e Terraplanagem, ligada à organização criminosa, com R$ 55,6 mil, ao lado da Delta e da Alberto e Pantoja, outra empresa de fachada. Segundo a PF, a Delta foi responsável por 98% dos créditos da Brava, que movimentou R$ 13,2 milhões entre 2010 e 2011. Cadastrada em um endereço no Núcleo Bandeirantes, no Entorno do DF, a Brava nunca funcionou no local.
Perillo também recebeu R$ 450 mil da Belcar Veículos. A doação foi feita dez dias depois de o governador ganhar as eleições. Segundo o Portal da Transparência do governo de Goiás, a Belcar recebeu R$ 1,4 milhão em 2011. Em 2010, a concessionária de carros recebeu apenas R$ 1,1 mil.
A Belcar aparece em uma das planilhas da PF como destinatária de R$ 16,5 mil da Mapa Construtora, do irmão de Carlinhos Cachoeira, Paulo Roberto de Almeida Ramos, e irrigada com recursos da Pantoja.
Segundo a PF, a empresa de Paulo Roberto movimentou R$ 1,6 milhão em 2010 e 2011. A Mapa também transferiu dinheiro para a Kasa Motors (R$ 80 mil). A empresa doou R$ 40 mil para o candidato ao governo Vanderlan Vieira Cardoso (PR).
A Belcar negou qualquer relação entre a doação para Perillo e a transação financeira com a Mapa. Segundo a diretora administrativa da empresa, Shirlei Leal, os R$ 16,5 mil pagos à Belcar pela Mapa são referentes à compra de um veículo pela empresa em 2010. "Não tem qualquer relação com a doação. Ajudamos ele porque o tio dele pediu."
Procurados, o Laboratório Teuto e Valterci de Melo não responderam à reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Brasília - Beneficiado pelo "deltaduto" operado por Carlinhos Cachoeira, o governador de Goiás , Marconi Perillo (PSDB), anunciou nesta quinta uma auditoria nas licitações e contratos celebrados entre o Estado e a Delta Construções.
A campanha de Perillo, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, foi irrigada pelo circuito financeiro de empresas de fachada que serviam para redirecionar para políticos e laranjas, conforme aponta a Polícia Federal, recursos da Delta.
Segundo Perillo, o governo vai apresentar o relatório com a conclusão dos trabalhos em 30 dias. Caso sejam identificadas irregularidades, a Delta terá 15 dias para apresentar sua defesa. O governador negou ainda qualquer relação entre as doações de sua campanha e as empresas citadas nas investigações. "As doações feitas foram todas oficiais e legais."
Na lista de beneficiários das empresas investigadas pela PF consta ainda a Produtos Alimentícios Orlândia S/A, que doou R$ 13 mil para o deputado federal Rubens Otoni (PT). O parlamentar aparece em um vídeo conversando com Cachoeira sobre doações de campanha.
O "deltaduto" serviu de ambiente de transações financeiras que envolveram outros empresários locais, vários com negócios com o governo de Goiás. Um mês depois da eleição, o tucano recebeu R$ 400 mil de Valterci de Melo, diretor do Laboratório Teuto. Com sede em Anápolis (GO), terra de Cachoeira, a indústria farmacêutica é uma das maiores empresas do Estado.
Melo abasteceu a conta da Brava Construções e Terraplanagem, ligada à organização criminosa, com R$ 55,6 mil, ao lado da Delta e da Alberto e Pantoja, outra empresa de fachada. Segundo a PF, a Delta foi responsável por 98% dos créditos da Brava, que movimentou R$ 13,2 milhões entre 2010 e 2011. Cadastrada em um endereço no Núcleo Bandeirantes, no Entorno do DF, a Brava nunca funcionou no local.
Perillo também recebeu R$ 450 mil da Belcar Veículos. A doação foi feita dez dias depois de o governador ganhar as eleições. Segundo o Portal da Transparência do governo de Goiás, a Belcar recebeu R$ 1,4 milhão em 2011. Em 2010, a concessionária de carros recebeu apenas R$ 1,1 mil.
A Belcar aparece em uma das planilhas da PF como destinatária de R$ 16,5 mil da Mapa Construtora, do irmão de Carlinhos Cachoeira, Paulo Roberto de Almeida Ramos, e irrigada com recursos da Pantoja.
Segundo a PF, a empresa de Paulo Roberto movimentou R$ 1,6 milhão em 2010 e 2011. A Mapa também transferiu dinheiro para a Kasa Motors (R$ 80 mil). A empresa doou R$ 40 mil para o candidato ao governo Vanderlan Vieira Cardoso (PR).
A Belcar negou qualquer relação entre a doação para Perillo e a transação financeira com a Mapa. Segundo a diretora administrativa da empresa, Shirlei Leal, os R$ 16,5 mil pagos à Belcar pela Mapa são referentes à compra de um veículo pela empresa em 2010. "Não tem qualquer relação com a doação. Ajudamos ele porque o tio dele pediu."
Procurados, o Laboratório Teuto e Valterci de Melo não responderam à reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.