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Delator de esquema no Esporte diz que negociou silêncio

O PM João Dias Ferreira contradisse a versão do ministro Orlando Silva sobre o encontro entre os dois e deu mais detalhes do esquema de corrupção na pasta

O policial reafirmou as acusações de desvio da pasta e contou um pouco mais sobre o esquema que envolve o partido do ministro do Esporte do governo Dilma (Valter Campanato/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2011 às 15h06.

Brasília - Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, antecipada no estadao.com.br, o policial militar João Dias Ferreira contradisse a versão do ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), sobre o encontro entre os dois e deu mais detalhes do esquema de corrupção na pasta. Ferreira afirmou que o ministro propôs pessoalmente, numa reunião em março de 2008 na sede do ministério, um acordo para que os desvios de verba envolvendo o Programa Segundo Tempo não fossem denunciados.

"O encontro foi na sala de reunião dele, no sétimo andar do ministério", detalhou o policial.

Nas declarações sobre o caso, a última concedida ontem à tarde, o ministro afirmou ter se encontrado com Ferreira apenas uma vez, entre 2004 e 2005, para discutir convênios das entidades dirigidas pelo policial com o Ministério do Esporte. Na época, Orlando era secretário executivo e Agnelo Queiroz - hoje governador do Distrito Federal pelo PT -, o ministro da pasta. "Foi a única vez que encontrei essa pessoa", disse o comunista.

O policial militar, porém, garante que esse encontro quase protocolar mencionado por Orlando jamais ocorreu. Segundo Dias, o "verdadeiro" encontro ocorreu em outro momento. "Não existe essa reunião. O ministro faltou com a verdade. Ele esteve comigo uma vez para fazer um acordo com o pessoal dele para eu não denunciar o esquema", afirmou ao Estado.

Ferreira deu detalhes do encontro que diz ter tido com o ministro do Esporte em março de 2008 para negociar o sumiço de R$ 3 milhões dos convênios do governo com sua entidade. "O acordo era para que eles tomassem providências internas, limpassem meu nome e eu não denunciaria ao Ministério Público o esquema", afirmou.

Cúpula

Na entrevista, o policial contou que, além do ministro, membros da cúpula do ministério estavam presentes nesta reunião. "O Orlando disse para eu ficar tranquilo, que tudo seria resolvido, que não faria escândalo. Eu disse que se isso não fosse feito eu tomaria todas as providências e denunciaria o esquema", afirmou Ferreira. "E eu disse na reunião que descobri todas as manobras, a ligação dos fornecedores do Programa Segundo Tempo com o PC do B."


Segundo ele, as entidades tinham que dar 20% dos recursos para o PC do B, partido de Orlando Silva.

O policial reafirmou as acusações de desvio da pasta e contou um pouco mais sobre o esquema: "Você protocola o projeto, passa para análise, depois passa por um diretor no ministério, e nesse termo a primeira negociação é feita. Em seguida, vai para o jurídico, e é outra negociação. Volta e aí tem o partido para negociar".

O policial disse que, no encontro com Orlando Silva em março de 2008, negociou com ele a produção de um documento falso para selar o acordo com o governo. "Nessa reunião com o Orlando, eles falaram em produzir um documento sem data. Ele foi pré-produzido e consagrado. A reunião foi em março, mas eles colocaram um documento com data de dezembro de 2007 dizendo que eu encerrava o convênio. É um documento fraudado", disse João Dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, antecipada no estadao.com.br, o policial militar João Dias Ferreira contradisse a versão do ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), sobre o encontro entre os dois e deu mais detalhes do esquema de corrupção na pasta. Ferreira afirmou que o ministro propôs pessoalmente, numa reunião em março de 2008 na sede do ministério, um acordo para que os desvios de verba envolvendo o Programa Segundo Tempo não fossem denunciados.

"O encontro foi na sala de reunião dele, no sétimo andar do ministério", detalhou o policial.

Nas declarações sobre o caso, a última concedida ontem à tarde, o ministro afirmou ter se encontrado com Ferreira apenas uma vez, entre 2004 e 2005, para discutir convênios das entidades dirigidas pelo policial com o Ministério do Esporte. Na época, Orlando era secretário executivo e Agnelo Queiroz - hoje governador do Distrito Federal pelo PT -, o ministro da pasta. "Foi a única vez que encontrei essa pessoa", disse o comunista.

O policial militar, porém, garante que esse encontro quase protocolar mencionado por Orlando jamais ocorreu. Segundo Dias, o "verdadeiro" encontro ocorreu em outro momento. "Não existe essa reunião. O ministro faltou com a verdade. Ele esteve comigo uma vez para fazer um acordo com o pessoal dele para eu não denunciar o esquema", afirmou ao Estado.

Ferreira deu detalhes do encontro que diz ter tido com o ministro do Esporte em março de 2008 para negociar o sumiço de R$ 3 milhões dos convênios do governo com sua entidade. "O acordo era para que eles tomassem providências internas, limpassem meu nome e eu não denunciaria ao Ministério Público o esquema", afirmou.

Cúpula

Na entrevista, o policial contou que, além do ministro, membros da cúpula do ministério estavam presentes nesta reunião. "O Orlando disse para eu ficar tranquilo, que tudo seria resolvido, que não faria escândalo. Eu disse que se isso não fosse feito eu tomaria todas as providências e denunciaria o esquema", afirmou Ferreira. "E eu disse na reunião que descobri todas as manobras, a ligação dos fornecedores do Programa Segundo Tempo com o PC do B."


Segundo ele, as entidades tinham que dar 20% dos recursos para o PC do B, partido de Orlando Silva.

O policial reafirmou as acusações de desvio da pasta e contou um pouco mais sobre o esquema: "Você protocola o projeto, passa para análise, depois passa por um diretor no ministério, e nesse termo a primeira negociação é feita. Em seguida, vai para o jurídico, e é outra negociação. Volta e aí tem o partido para negociar".

O policial disse que, no encontro com Orlando Silva em março de 2008, negociou com ele a produção de um documento falso para selar o acordo com o governo. "Nessa reunião com o Orlando, eles falaram em produzir um documento sem data. Ele foi pré-produzido e consagrado. A reunião foi em março, mas eles colocaram um documento com data de dezembro de 2007 dizendo que eu encerrava o convênio. É um documento fraudado", disse João Dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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