Definição do vice de Serra conserta estrago, diz professor da FGV
Cientista político Cláudio Couto diz que briga entre PSDB e DEM foi o maior erro da campanha até agora
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
São Paulo - A escolha do deputado federal Indio da Costa (DEM/RJ) para a vaga de vice na chapa do Presidenciável José Serra representa o fim de um confusão entre tucanos e democratas. "Conserta o estrago - o maior até agora na campanha eleitoral", diz Cláudio Couto, cientista político e professor de Ciência Política da FGV-SP.
"A definição garante a aliança partidária, mas ficarão algumas cicatrizes internas", avalia Couto. "O DEM foi quase humilhado pelo PSDB, que tinha escolhido o senador tucano Álvaro Dias."
O cientista político não acredita que o fato de o deputado Índio da Costa ser do Rio de Janeiro - terceiro maior colégio eleitoral - possa atrair muitos votos. "Existe uma mistificação em torno do vice. Ninguém vota no vice", diz Couto, que estende o raciocínio para o vice de Dilma Rousseff (PT), o deputado federal Michel Temer (PMDB/SP).
Dentre os principais candidatos, Marina Silva (PV) é a única que tem um vice - Guilherme Leal - diferenciado, na avaliação do cientista político. "É presidente de uma companhia com uma marca ligada à responsabilidade social, e que pode abrir espaço junto ao empresariado", avalia.
O deputado Indio da Costa foi o relator do projeto Ficha Limpa. "Isso não é grande coisa, pois foi uma proposta de iniciativa popular", diz o cientista político.
A campanha eleitoral começará para valer no dia 17 agosto, com o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Por enquanto, o cenário, na avaliação do professor da FGV, está favorável à candidata Dilma Rousseff. "Eu daria 50% de chances de ela ganhar no primeiro turno", diz Couto, que projeta, no máximo, 10% dos votos para Marina Silva.