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Defesa de Assange pede que Suécia retire ordem de detenção

A solicitação foi feita duas semanas depois que grupo da ONU concluiu em uma sentença que a detenção de Assange era "arbitrária"


	Julian Assange: o Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU concluiu em uma sentença que a detenção de Assange era "arbitrária"
 (John Stillwell/AFP)

Julian Assange: o Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU concluiu em uma sentença que a detenção de Assange era "arbitrária" (John Stillwell/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2016 às 11h16.

Copenhague - A defesa do fundador do Wikileaks, Julian Assange, pediu nesta segunda-feira a um tribunal de Estocolmo que retire a ordem de detenção ditada contra o jornalista australiano em 2010 por um suposto crime sexual.

A solicitação foi feita duas semanas depois que o Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU concluiu em uma sentença que a detenção de Assange era "arbitrária" e pediu ao Reino Unido e à Suécia que acabem com ela, além de assegurar que sua decisão era vinculativa, algo que ambos países rejeitaram.

A Promotoria sueca também considera que a decisão do painel da ONU não afeta o processo, reduzido agora a um caso de abuso menor.

"Pensamos que é algo sem igual a Suécia ter desobedecido essa decisão", declarou hoje em Estocolmo um dos advogados do jornalista, Per E. Samuelsson, que sustentou que esse país nórdico assinou as convenções baseadas nas decisões do painel e colaborou em sua investigação.

A defesa de Assange já tinha solicitado a revisão do caso em junho de 2014 apelando ao tempo transcorrido e às circunstâncias pessoais do jornalista, refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012 para evitar sua extradição à Suécia.

O processo terminou em maio do ano passado, quando a Suprema Corte sueca rejeitou o pedido, da mesma forma que as duas instâncias anteriores, porque considerou que não havia motivo para suspender a ordem e pelo grande interesse de que a investigação se desenvolvesse.

A decisão do Supremo chegou dois meses depois que a promotora superior, Marianne Ny, mudou de opinião e aceitou interrogar Assange em Londres perante o risco de prescrição três dos delitos incluídos na investigação, como assim ocorreu em agosto.

Suécia e Equador iniciaram em junho uma negociação depois que Estocolmo rejeitou assinar um acordo centrado só no caso Assange e que reconhecesse sua condição de refugiado político que foi concedida pelo Equador em 2012, opção defendida por Quito.

Ao invés disso, ambos os países assinaram em 11 de dezembro um acordo de assistência legal em matéria penal para facilitar o cumprimento de diligências judiciais e para poder interrogar o jornalista.

Após a rejeição de Quito à solicitação enviada por Estocolmo apelando a decisões judiciais formais, a Promotoria sueca anunciou no começo deste mês que enviaria um novo pedido.

Assange completou três anos refugiado na embaixada equatoriana em Londres ao término de um longo processo legal no Reino Unido, que decidiu a favor de sua entrega a Suécia.

A intenção do jornalista, de 44 anos, é evitar a extradição ao país escandinavo, porque teme ser enviado depois aos Estados Unidos, onde poderia enfrentar um julgamento militar pelos segredos sobre a segurança americana revelados pelo Wikileaks.

Texto atualizado às 11h16.

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