O primeiro-ministro britânico, David Cameron: "o que a Rússia fez é inaceitável" (Christopher Furlong/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2014 às 13h59.
Bruxelas - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, pediu nesta quinta-feira mais medidas contra a Rússia pelo conflito da Crimeia, ao considerar que a atitude de Moscou é "inaceitável".
"Este é um Conselho (o Europeu) importante, porque o que a Rússia fez é inaceitável e os países da União Europeia precisam falar com voz clara e única", opinou Cameron em sua chegada à reunião de chefes de Estado e de governo europeus que acontece hoje e amanhã em Bruxelas.
"Isso significa o congelamento de mais ativos e estender a proibição de viagens, mais ações específicas a respeito do que aconteceu na Crimeia", acrescentou.
A União Europeia decidiu há duas semanas suspender o diálogo com Moscou sobre a liberalização de vistos e a negociação de um novo acordo e, na segunda-feira, acordou congelar ativos e proibir viajar para território comunitário a 21 políticos e militares russos e ucranianos.
Após a assinatura da anexação da Crimeia por Moscou na terça-feira, os líderes europeus devem decidir se vão além em suas medidas restritivas para a Rússia com ações de calado econômico que afetariam à relação bilateral UE-Rússia.
Reino Unido, junto com a Suécia e os países europeus que fizeram parte da União Soviética, defendem dar uma resposta mais forte perante a Rússia, embora fontes diplomáticas tenham declarado nesta quarta-feira que não há uma "divisão radical" entre os 28 da UE.
Cameron indicou que durante o Conselho Europeu, os parceiros da União devem também fazer tudo que puderem "para ajudar a construir uma Ucrânia forte e democrática".
Para isso, considerou que é necessário que durante a cúpula seja firmado "um novo acordo" com o país, "oferecendo-lhes um futuro próspero, acesso a nossos mercados e um apoio político real".
"Isso é o que precisamos fazer", ressaltou o primeiro-ministro do Reino Unido.
Amanhã, o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, irá a Bruxelas para assinar os capítulos políticos do acordo de associação oferecido pela UE à Ucrânia, cuja rejeição do regime de Viktor Yanukovich em novembro suscitou os protestos pró-União Europeia e opositoras que o derrubaram.