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Curdos tentam defender cidade síria do Estado Islâmico

Combatentes curdos que defendem há quase três semanas a cidade síria de Kobane conseguiram evitar um ataque do grupo jihadista

Combatentes curdos enfrentam o Estado Islâmico: situação parece cada vez mais difícil (JM Lopez/AFP)
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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 14h25.

Suruc - Os combatentes curdos que defendem há quase três semanas a cidade síria de Kobane conseguiram evitar um ataque do grupo Estado Islâmico (EI), mas sua situação parecia cada vez mais difícil.

Ao menos 20 jihadistas do EI morreram em uma tentativa de entrar na cidade na madrugada desta segunda-feira.

"Eles foram mortos em uma emboscada das YPG (Unidades de Proteção do Povo Curdo) em um bairro da zona leste de Kobane", indicou à AFP Rami Abdel Rahmane, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Esta é a primeira vez que o EI tenta entrar em Kobane" desde o início de sua ofensiva lançada em 16 de setembro.

Os jihadistas desejam conquistar Kobane, a terceira maior cidade curda da Síria, para estabelecer seu controle sobre uma ampla faixa de território na fronteira Síria-Turquia, segundo o OSDH.

Sinal da proximidade dos jihadistas, duas bandeiras pretas do EI foram hasteadas na tarde desta segunda-feira no leste da cidade.

Uma das duas bandeiras foi colocada em um colina e a outra em um edifício ao leste da cidade, chamada de Aïn al-Arab em árabe.

Os combatentes das YPG defendem de maneira enérgica a localidade, apesar do maior número de jihadistas, que também contam com mais armamento.

No domingo, uma jovem combatente curda realizou um atentado suicida contra uma posição do EI a leste da cidade.

Ataques "insuficientes"

Apesar de nenhuma tropa ter entrado na cidade para apoiar os combatentes curdos, os bombardeios da coalizão liderada pelos Estados Unidos contra posições do grupo EI ao redor de Kobane ajudam a frear o avanço dos jihadistas.

"Mas são insuficientes para vencer os terroristas no solo", segundo Idris Nahsen, um líder curdo, que pede armas e munições dos países da coalizão.

A ofensiva dos jihadistas na região provocou centenas de mortes dos dois lados desde 16 de setembro. Quase 300.000 habitantes fugiram da região e 180.000 deles encontraram refúgio na Turquia.

Muitos deles querem retornar a Kobane para ajudar nos combates, mas são impedidos pelas autoridades turcas na fronteira.

Sem uma intervenção militar, a Turquia acompanha a situação de perto, principalmente em razão dos morteiros que atingiram seu território. Um caiu nesta segunda-feira em uma loja de Mursitpinar, enquanto o exército ordenou no domingo a desocupação da região de fronteira depois que um morteiro feriu cinco pessoas em território turco.

Os líderes curdos denunciam a passividade de Ancara. Mas existem discussões entre o presidente do Partido da União Democrática (PYD) -cujas YPG são o braço armado - e os serviços secretos turcos, segundo a imprensa turca.

Na Síria, ao menos 30 combatentes e policiais curdos morreram nesta segunda-feira em atentados na entrada da cidade de Hassaka, no nordeste do país, segundo o OSDH.

Vitória de Damasco

Enquanto o destino de Kobane atrai a atenção internacional, o regime do presidente sírio Bashar al-Assad recupera terreno perto da capital. Seu exército retomou nesta segunda-feira a localidade de Dukhaniye, nos arredores de Damasco e a partir da qual os rebeldes lançavam morteiros em direção a cidade.

"A retomada de Dukhaniye aconteceu em tempo recorde", declarou uma fonte militar à AFP.

No Iraque, onde o EI controla várias regiões, pelo menos 25 jihadistas foram mortos em ataques aéreos contra três bases do grupo extremista ao redor de Mossul (norte), informaram fontes médicas e testemunhas.

Além disso, Austrália, Bélgica e Holanda realizaram nas últimas horas suas primeiras missões aéreas como parte da coalizão.

Três caças Rafale enviados como reforço pela França também chegaram à base de Al-Dhafra, nos Emirados Árabes Unidos.

O ex-chefe do Pentágono, Leon Panetta, alertou que a luta contra o EI "poderia durar 30 anos" e "ameaçar a Líbia, Nigéria, Somália e Iêmen".

Por outro lado, o refém americano Peter Kassig disse a seus pais em uma carta datada de junho ter "medo da morte" nas mãos do EI, segundo anunciou sua família nesta segunda-feira.

Com 26 anos, Peter Kassig, veterano no Iraque, apareceu ao final de um vídeo do grupo EI divulgado na sexta-feira que mostrava a decapitação do britânico Alan Henning.

São Paulo -- Os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante ( EIIL ) vêm exibindo uma variedade impressionante de armas. Muitas foram capturadas do próprio exército iraquiano, que os extremistas derrotaram em diversas batalhas no norte do país. Veja alguns equipamentos bélicos que já foram vistos em poder do EIIL.
  • 2. Tanques T-55

    2 /22(John Harwood / Wikimedia Commons)

  • Veja também

    Os T-55 são tanques russos que os extremistas teriam capturado das forças iraquianas. Seguem o desenho básico do T-54, tanque soviético desenvolvido logo após a Segunda Guerra Mundial. Há variantes do T-55 com mira a laser, controle de tiro computadorizado, sistemas avançados de radiocomunicação e armadura explosiva, que repele projéteis antitanques.
  • 3. Tanque M-1 Abrams

    3 /22(D. W. Holmes II / US Navy / Wikimedia Commons)

  • Os americanos já enviaram centenas de tanques M1 Abrams ao Iraque. Segundo relatos, o EIIL teria capturado alguns deles. O Abrams pesa quase 70 toneladas e é movido por uma potente turbina a gás. É um tanque avançado, com uma rede de sensores que alimentam um computador de bordo capaz de calibrar os disparos com precisão.
  • 4. Canhão 59-1

    4 /22(Lance Lanham / US Army / Wikimedia Commons)

    Há relatos de EIIL teria canhões do tipo 59-1, capturados do exército iraquiano. Trata-se da cópia chinesa de um canhão russo desenvolvido logo após a Segunda Guerra Mundial. O original tinha alcance superior a 27 quilômetros. Durante muitos anos, foi o canhão rebocável com maior alcance no mundo.
  • 5. Canhão antiaéreo ZU-23-2

    5 /22(Serge Serebro / Vitebsk Popular News / Wikimedia Commons)

    O ZU-23-2 é um canhão antiaéreo duplo projetado no final da década de 1950 na União Soviética. Dispara balas de 23 milímetros de diâmetro a até 2,5 km de distância. Pode derrubar aviões e helicópteros ou atingir alvos terrestres. O exército iraquiano tem unidades fabricadas na Bulgária e na Polônia. Segundo relatos, algumas delas foram parar nas mãos do EIIL.
  • 6. Canhão antiaéreo tipo 65/74

    6 /22(Joe Mabel / Wikimedia Commons)

    Um vídeo de propaganda do EIIL mostra um canhão antiaéreo que especialistas dizem ser uma arma chinesa tipo 65 ou 74 (o 74 é uma versão aperfeiçoada do 65). É um canhão de 37 milímetros com dois canos, derivado de um antigo projeto soviético. A versão original disparava 60 balas por minuto a até 8,5 km de distância.
  • 7. Mísseis terra-ar

    7 /22(US Army / Wikimedia Commons)

    Combatentes do EIIL foram vistos com pequenos mísseis terra-ar conhecidos como MANPADS. Eles são disparados de um lançador tubular portátil, que é apoiado no ombro do soldado, e podem derrubar helicópteros voando baixo. Há inúmeras variantes dessas armas. Muitas não são guiadas, mas as mais avançadas são orientadas por raios infravermelhos ou por laser.
  • 8. Míssil antitanque Hongjian-8

    8 /22(Kizilsungur / Wikimedia Commons)

    O míssil Hongjian-8 (ou HJ-8) é um projeto chinês dos anos 80. É fabricado na China e no Paquistão. O míssil é disparado de um lançador tubular e guiado por um fio até o alvo. É capaz de destruir as blindagens ativas de tanques, que usam explosivos para defletir projéteis. Tem sido usado ocasionalmente na guerra civil Síria.
  • 9. Lança-foguetes RPG-7

    9 /22(Kenneth Lane / US Marine Corps / Wikimedia Commons)

    O lança-foguetes russo RPG-7 é uma das armas antitanque mais usadas no mundo. É apreciado no campo de batalha por ser confiável e relativamente fácil de usar. É disparado apoiado sobre o ombro do soldado. A munição é uma granada-foguete não guiada, capaz de atingir alvos a até 200 metros de distância.
  • 10. Metralhadora DShK

    10 /22(Erwin Franzen / Wikimedia Commons)

    A DShK é uma peça de museu, mas é mortal. Foi desenvolvida pela União Soviética no final da década de 1930 e chegou a ser usada na Segunda Guerra Mundial. Essa metralhadora pesada dispara 600 balas de 12,7 mm de diâmetro por minuto. Segundo relatos, o EIIL teria algumas delas montadas em caminhões.
  • 11. Metralhadora M240

    11 /22(Eric Powell / US Navy / Wikimedia Commons)

    A M240 é uma metralhadora de médio porte projetada na Bélgica e usada pelas forças armadas americanas desde o final dos anos 70. Dispara entre 750 e 950 balas por minuto e tem alcance de até 1,8 km. É comum vê-la montada em tanques e outros veículos de combate.
  • 12. Metralhadora M60

    12 /22(US Department of Defense / Wikimedia Commons)

    A M60 é usada desde 1957 pelas forças armadas americanas. Mas é capaz de fazer estragos. Ela dispara mais de 500 balas (de 7,62 mm de diâmetro) por minuto e atinge alvos a mais de 1 quilômetro de distância. Em geral, é operada por dois ou três soldados. Enquanto um puxa o gatilho, os outros vigiam os alvos e municiam a arma.
  • 13. Fuzil M16

    13 /22(Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)

    O M16, fuzil automático leve do exército americano, é uma das armas vistas nas mãos dos combatentes do EIIL. É derivado do AR-15, projetado em 1956. Estima-se que 8 milhões de unidades do M16 já tenham sido fabricadas. Dessas, 90% seguem em uso em mais de 80 países. Com 1 metro de comprimento, o fuzil pesa 4 kg e é capaz de matar alguém a mais de 500 metros de distância.
  • 14. Carabina M4

    14 /22(James Harper Jr. / US Army / Wikimedia Commons)

    A carabina M4 é a versão mais curta (84 cm) e mais leve (3,4 kg quando carregada com 30 balas) do fuzil M16. Foi adotada pelo exército americano em 1994 e é muito usada para combate em áreas urbanas. Tem coronha telescópica, o que permite encolhê-la para 76 cm.
  • 15. Lança-granadas M203

    15 /22(Exército da Austrália / Wikimedia Commons)

    O M203 é um lança-granadas que funciona acoplado sob o cano de um fuzil ou carabina. Ao invadir uma casa, por exemplo, o soldado pode disparar a granada para explodir a porta ou a parede e, depois, matar as pessoas com o fuzil. O acessório pesa1,36 kg.
  • 16. Caminhões MRAP

    16 /22(US Marine Corps / Wikimedia Commons)

    Os chamados MRAPs (sigla de “mine-resistant ambush protected”, resistente a minas e emboscadas) são caminhões capazes de suportar explosões de minas e artefatos improvisados. Também resistem a tiros de armas leves. Foram extensamente usados para transporte de tropas durante a Guerra do Iraque. E parece que o EIIL conseguiu obter alguns.
  • 17. Carro blindado M113

    17 /22(Jason McCree / USAF / Wikimedia Commons)

    O carro blindado M113 é outro projeto antigo. Foi muito usado em combates no Vietnã. Em conflitos mais recentes, como a Guerra do Iraque, foi empregado para transporte de soldados e feridos. É um veículo anfíbio com blindagem leve, capaz de resistir a tiros de armas de mão. Alguns são equipados com uma ou mais metralhadoras na parte superior.
  • 18. Humvees

    18 /22(Eric Harris / US Air Force / Wikimedia Commons)

    O Humvee é a versão moderna do jipão militar. Pode carregar uma variedade de armas, como metralhadoras e lança-granadas. O exército iraquiano possui muitos desses veículos que também foram usados pelos americanos na região. O EIIL divulgou fotos de Humvees que o grupo teria apreendido e enviado à Síria.
  • 19. Uniformes high tech

    19 /22(Brandon Aird / U.S. Army / Wikimedia Commons)

    O EIIL divulgou vídeos de soldados usando uniformes e coletes à prova de balas americanos. São roupas com proteções feitas de Kevlar KM2, um compósito extremamente resistente. Não se sabe quantas unidades os jihadistas possuem.
  • 20. Visão noturna

    20 /22(US Department of Defense / Wikimedia Commons)

    Vídeos do EIIL também mostram soldados com dispositivos de visão noturna AN/PVS-7. Esses equipamentos, desenvolvidos nos Estados Unidos nos anos 80, amplificam a luz entre 30 mil e 50 mil vezes, permitindo que o soldado enxergue no escuro. Não se sabe quantas unidades estão nas mãos dos extremistas e nem se elas estão em condições de uso.
  • 21. UH-60 Black Hawk

    21 /22(Suzanne Jenkins / USAF / Wikimedia Commons)

    Segundo alguns relatos, quando os extremistas tomaram o aeroporto de Mossul, no Iraque, havia helicópteros americanos Black Hawk lá. Nenhum foi visto voando depois da captura. É possível que tenham sido danificados. Mas alguns especialistas afirmam que eles não voam porque o EIIL não tem pessoas treinadas para pilotá-los.
  • 22. Agora veja uma amostra do poderio bélico americano:

    22 /22(US Air Force)

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