Mundo

Curdos dizem que ataques aéreos fizeram EI recuar de Kobani

Estado Islâmico recuou para os limites da cidade fronteiriça curda síria de Kobani, a qual tentam tomar em uma ofensiva que já dura três semanas


	Kobani: avanço dos extremistas levou 180 mil pessoas da cidade, a maioria curdas, a fugir para a Turquia
 (Umit Bektas/Reuters)

Kobani: avanço dos extremistas levou 180 mil pessoas da cidade, a maioria curdas, a fugir para a Turquia (Umit Bektas/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2014 às 09h32.

Mursitpinar - Ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos nesta quarta-feira levaram combatentes do Estado Islâmico a recuar para os limites da cidade fronteiriça curda síria de Kobani, a qual tentam tomar em uma ofensiva que já dura três semanas, disseram representantes locais. 

A cidade tornou-se foco da atenção internacional desde que o avanço dos extremistas levou 180 mil pessoas, a maioria curdas, a fugir para a Turquia, país que enfureceu sua própria minoria curda -e seus parceiros da Otan em Washington- ao se recusar a intervir. 

O Estado Islâmico hasteou sua bandeira preta no limite oriental da cidade na segunda-feira, mas, desde então, ataques aéreos foram redobrados pela coalizão liderada pelos EUA, que inclui Estados do Golfo Pérsico que buscam reverter o avanço dos jihadistas na Síria e no Iraque.

Intensos tiroteios puderam ser ouvidos na manhã desta quarta-feira a partir da fronteira da Turquia.

“Eles agora estão fora das entradas da cidade de Kobani. O bombardeamento foi muito eficaz e, como resultado, o EIIL foi forçado a recuar de muitas posições”, disse Idris Nassan, vice-ministro de Relações Exteriores do distrito de Kobani, à Reuters por telefone, referindo-se ao acrônimo do Estado Islâmico.

“Este é o maior recuo deles desde que entraram na cidade e nós podemos considerar isso como o começo da contagem regressiva de sua retirada da área." O Estado Islâmico tem avançado sobre a cidade, considerada estrategicamente importante, por três lados e a castigado com salvas de artilharia, apesar da brava resistência das forças curdas, que tem menor poderio de fogo. 

Especialistas de defesa disseram ser improvável que o avanço possa ser contido apenas por ataques aéreos - um fato que deixou não apenas Washington mas também os descendentes étnicos dos curdos sírios no país vizinho a exigir saber por que tanques da Turquia alinhados e em linha direta de visão a Kobani ainda não atravessaram a fronteira para proteger a cidade. 

No entanto, muitos turcos distantes do sudeste do país consideram que é bem melhor arriscar alienar os curdos do que ser sugado para uma guerra terrestre na Síria.  Pelo menos 12 pessoas morreram e dezenas mais ficaram feridas na terça-feira, após simpatizantes do grupo renegado curdo PKK ter se confrontado com a polícia e com islamistas nas cidades e povoados no sudeste da Turquia, predominantemente composto de curdos, assim como em Istambul e Ancara. 

Além de se tornar um alvo para o Estado Islâmico, grupo que é ativo em grande parte de sua fronteira com a Síria, a Turquia teme ser tragada para dentro da complexa guerra civil síria e talvez ter que combater as forças de seu inimigo declarado, o presidente Bashar al-Assad.

Com isso em mente, o presidente Tayyip Erdogan estipulou rígidas condições para a Turquia contemplar um ataque ao Estado Islâmico sobre território soberano sírio. 

Na terça-feira, ele reiterou essas demandas: a aplicação de uma “zona livre de voos” sobre a Síria perto da fronteira com a Turquia; a criação de uma zona de segurança dentro da Síria para permitir que estimados 1,2 milhão de refugiados atualmente na Turquia retornem; e o armamento de grupos moderados de oposição para ajudar a derrubar Assad.

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoSíria

Mais de Mundo

Lula e Boric assinam acordos bilaterais após reunião

Venezuela: Brasil assume representação diplomática de Argentina e Peru após rompimento entre países

Primeiro-ministro do Reino Unido promete condenações 'rápidas' após onda de protestos violentos

Irã diz que não quer aumentar tensão regional, mas deve "punir" Israel

Mais na Exame