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Cúpula histórica entre Trump e Kim é destaque na imprensa internacional

A imprensa internacional acreditam que a primeira cúpula entre líderes dos EUA e da Coreia do Norte deve tratar das armas nucleares e direitos humanos

A cúpula entre Trump e Kim Jong-un acontecerá no dia 12 de junho em Singapura (Jonathan Ernst/Reuters)

A cúpula entre Trump e Kim Jong-un acontecerá no dia 12 de junho em Singapura (Jonathan Ernst/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 11 de junho de 2018 às 11h43.

Última atualização em 11 de junho de 2018 às 11h45.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da Coreia do Norte, Kim Jong-un, já estão em Singapura, onde se encontram amanhã (12) para discutir, entre outros assuntos, o fim do programa nuclear coreano. A imprensa mundial está atenta para o encontro inusitado entre os líderes dos países que, há décadas, são considerados inimigos.

Além da desnuclearização, Kim e Trump devem debater a estabilização das relações diplomáticas entre os países e a sobrevivência do regime de Pyongyang.

Direitos Humanos

O jornal espanhol El País traz um alerta na manchete: "Os direitos humanos relegados na cúpula de Kim e Trump". Como o foco do encontro é a tentativa americana de convencer o líder coreano de desistir de seu programa nuclear, pouco tem se falado sobre as violações de direitos humanos na Coreia do Norte.

De acordo com o periódico, 300 organizações não governamentais enviaram uma carta a Kim Jong-un, pedindo mudanças e o fim dos abusos que, segundo a Anistia Internacional, afetam entre 80 mil e 120 mil pessoas. O El País relembra ainda que, em janeiro deste ano, Trump afirmou que "nenhum país oprimiu seus próprios cidadãos mais completa ou brutalmente do que na cruel ditadura da Coreia do Norte".

Um documento da Comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, de 2014, denunciava a situação na Coreia do Norte, que incluía "crimes contra a humanidade como extermínio, assassinato, escravidão, tortura, prisão, violações, abortos forçados e outras violências sexuais, perseguições por motivos religiosos, raciais e de gênero, deslocamentos forçados da população, desaparição de pessoas, entre outros crimes".

Em outra matéria, o El País se refere ao forte reforço de segurança, em Cingapura, para a Cúpula. "A cidade-estado de 5,6 milhões de habitantes viu alterado seu ritmo habitual para sediar o evento de maior ressonância internacional que já recebeu". O encontro vai custar aos cofres de Cingapura US$ 15 milhões - metade dos quais em despesas de segurança.

Novo Relacionamento

Já a britânica BBC destacou a divulgação, por parte da mídia estatal norte-coreana, da possibilidade de o país "estabelecer um novo relacionamento" com os Estados Unidos. E ressalta a mudança de tom da Coreia do Norte após décadas de animosidade.

A BBC noticiou também que Trump disse ter um "bom pressentimento" sobre a tão esperada cúpula e twittou hoje de manhã que havia "excitação no ar". O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que os EUA estão dispostos a oferecer garantias de segurança "exclusivas" para a Coreia do Norte e ressaltou que o objetivo norte-americano da desnuclearização completa, verificável e irreversível da península coreana não mudou.

O jornal francês Le Figaro traz o seguinte destaque: "Conversações entre Washington e Pyongyang movem-se rapidamente". O jornal noticiou que os Estados Unidos estão "prontos para dar condições de segurança à Coreia do Norte", mas cientes de que haverá muito trabalho a ser feito. E destacou o tom otimista de Mike Pompeo em uma coletiva dada ontem (11).

O jornal português Expresso afirma que a desnuclearização da península coreana é o tema mais complexo, que pode determinar o sucesso ou o fracasso da cúpula. "A desnuclearização é o cerne absoluto do encontro, mantendo-se um enorme fosso que diplomatas de ambos os países tentam contornar."

O Expresso trata ainda da pouco provável aceitação de Kim Jong-un e desmontar um arsenal que foi construído ao longo de décadas. E questiona ainda a confiança de Kim Jong-un em Trump, que vem colecionando acordos rasgados, ao citar o exemplo do acordo nuclear iraniano, "que tinha sido tão meticulosamente negociado".

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