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Cuba se recusa a participar de mediação de crise na Venezuela

Ao negar a intenção, o país exigiu "absoluto respeito" à soberania e autodeterminação da Venezuela

Venezuela: Cuba rejeitou as "insinuações" e "elucubrações" sobre sua suposta implicação nessa mediação internacional (Marco Bello/Reuters)

Venezuela: Cuba rejeitou as "insinuações" e "elucubrações" sobre sua suposta implicação nessa mediação internacional (Marco Bello/Reuters)

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EFE

Publicado em 26 de julho de 2017 às 13h06.

Última atualização em 26 de julho de 2017 às 13h08.

Havana - Cuba negou "categoricamente" nesta quarta-feira sua intenção de participar em uma eventual mediação internacional para buscar uma saída política à crise da Venezuela e exigiu o "absoluto respeito" à soberania e autodeterminação desse país.

No ato central pelo Dia da Rebeldia Nacional em Pinar del Río, o segundo secretário do Partido Comunista de Cuba, José Ramón Machado Ventura, rejeitou as "insinuações" e "elucubrações" de um "influente jornal" sobre a suposta implicação de Cuba nessa mediação internacional.

Ainda que não a tenha mencionado expressamente, Machado Ventura fazia referência a uma notícia publicada de Miami pelo jornal "Financial Times" na semana passada por ocasião da visita oficial a Cuba do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.

Segundo o jornal, Santos viajou para a ilha para propor ao presidente Raúl Castro que participe da mediação internacional para uma saída política na Venezuela, já que é o principal aliado na região do governo de Nicolás Maduro, informação que não foi confirmada oficialmente por nenhum dos dois países.

Aparentemente, a proposta, que segundo o jornal contava com o beneplácito dos governos de México e Argentina, implicava em convencer Maduro a suspender as eleições para a Assembleia Constituinte convocada para 30 de julho, que a oposição rejeita frontalmente.

"Quem tenta no exterior dar lições de democracia e direitos humanos enquanto encoraja a violência golpista e o terrorismo deve tirar suas mãos dessa nação", comentou Machado Ventura, que é também um dos vice-presidentes cubanos.

O segundo secretário do partido, "braço direito" de Raúl Castro, apontou que "só compete ao povo e ao governo bolivariano superar as suas dificuldades sem intromissão estrangeira aos seus assuntos internos".

O vice-presidente cubano salientou que nas últimas semanas aumentaram as ações "desestabilizadoras" contra o governo do presidente "constitucional" Nicolás Maduro, que enfrenta desde abril constantes manifestações, que derivaram em enfrentamentos violentos entre opositores e chavistas com um saldo de uma centena de mortos.

Segundo Machado Ventura, essa situação se trata de uma "guerra não convencional" à qual recentemente se somou governo do presidente americano, Donald Trump, que ameaçou impor sanções econômicas unilaterais se Maduro não abandonar o poder.

Apesar da presença de Raúl Castro, Machado Ventura pronunciou hoje o discurso central no ato que festeja o 64º aniversário dos ataques fracassados aos quartéis de Moncada, em Santiago, e Carlos Manuel de Céspedes, em Bayamo, em 26 de julho de 1953, o que é considerada a primeira ação armada da revolução que triunfou em 1959.

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