Cuba passa Presidência da Celac para Costa Rica
Costa Rica assumiu a Presidência da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) em uma movimentada cúpula
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 08h36.
Havana - A Costa Rica assumiu nesta quarta-feira em Havana a Presidência da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) em uma movimentada cúpula que Cuba considerou um sucesso diplomático e na qual Chile e Peru confirmaram o fim de suas diferenças fronteiriças.
A Cúpula de Havana, da qual participaram todos os chefes de Estado e de governo do bloco, menos de Panamá e El Salvador, foi concluída com a transferência da Presidência para a Costa Rica, que liderará o fórum em 2014 com o objetivo de gerar "cooperação e entendimento, visão e confiança".
Esse compromisso será assumido pelo governo que será escolhido nas eleições costarriquenhas de domingo, segundo a presidente Laura Chinchilla.
Cuba deixa a Presidência da Celac como a anfitriã de uma cúpula que recebeu os parabéns da maioria dos presentes e que vários classificaram como "histórica".
O fórum aprovou a "Declaração de Havana", cujo acordo de maior destaque é a proclamação da América Latina e do Caribe como uma "zona de paz" com o compromisso de "expatriar para sempre" o uso da força e solucionar as controvérsias de forma pacífica.
Em coincidência com essas intenções, a reunião serviu de cenário para que Peru e Chile confirmassem o fim de suas disputas fronteiriças após a recente decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia sobre os limites marítimos de ambos os países depois de um processo aberto pelos peruanos.
O Peru considerou como encerrado "para sempre" o capítulo de delimitação de suas fronteiras, anunciou na Celac o presidente Ollanta Humala, que destacou que seu país e o Chile dão "um exemplo à comunidade internacional" ao superar suas diferenças da forma "mais construtiva possível".
Em Havana ocorreu a esperada imagem de Humala e do presidente chileno em fim de mandato, Sebastián Piñera, juntos diante da imprensa, após uma reunião bilateral da qual também participou a presidente eleita do Chile, Michelle Bachelet.
Esse foi um dos muitos encontros bilaterais proporcionados pela cúpula.
Outro fato importante foi a intensa atividade do ex-presidente cubano Fidel Castro, de 87 anos e ausente do poder desde 2006, que não parou de receber visitas em sua residência em Havana.
Nos últimos dias, o líder cubano esteve com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, da Argentina, e a primeira-ministra da Jamaica, Portia Simpson-Miller.
Fidel Castro também se reuniu nesta quarta-feira com o mexicano Enrique Peña Nieto e recebeu os presidentes da Bolívia, Evo Morales, Equador, Rafael Correa, e Nicarágua, Daniel Ortega.
Em relação ao conteúdo da cúpula, a nota dominante dos discursos foi o apoio à integração regional e à defesa da Celac como um mecanismo "de unidade dentro da diversidade", conforme lembrou o presidente cubano, Raúl Castro.
Os mandatários presentes no fórum coincidiram na necessidade de que a Celac seja dotada de uma maior eficiência para enfrentar os desafios da região, sendo o mais importante deles a redução das desigualdades e da pobreza.
A cúpula da Celac apoiou também o processo de paz colombiano que acontece em Cuba.
Durante o evento, o polêmico assunto dos direitos humanos em Cuba foi mencionado pelo secretário-geral da ONU, que pediu que o governo de Castro ratifique os acordos internacionais nessa matéria.
A dissidência cubana denunciou uma onda de prisões durante a reunião regional e nos dias anteriores à mesma e alguns grupos de oposição pediram para se reunir com representantes de países da Celac, sem muito sucesso.
Somente a Costa Rica respondeu à solicitação da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN) e uma das funcionárias de sua delegação se reuniu nesta quarta-feira com o líder do grupo, Elizardo Sánchez.
A cúpula hoje se limitou aos discursos sem intercâmbios ou debates: a única controvérsia foi quando o presidente da República Dominicana, Danilo Medina, se irritou com o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, que acusou o governo dominicano de violar os direitos dos haitianos.
Também não faltaram propostas curiosas como a do presidente boliviano, Evo Morales, que sugeriu que seus colegas da Celac espionassem os Estados Unidos.
"Se for preciso fazer espionagem para o bem da segurança da comunidade internacional, eu proporia aos senhores que todos espionemos (o presidente americano Barack) Obama e seu governo, e assim haverá segurança mundial", disse Morales.
Apesar da expectativa gerada pela visita a Cuba do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, a primeira em mais de meio século de um responsável dessa organização, sua passagem pelo país foi discreta e o mesmo conversou por dez minutos com Raúl Castro.
A Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos nasceu em dezembro de 2011, por influência do falecido presidente venezuelano, Hugo Chávez, que foi lembrado pelo bloco na reunião de Havana.
Havana - A Costa Rica assumiu nesta quarta-feira em Havana a Presidência da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) em uma movimentada cúpula que Cuba considerou um sucesso diplomático e na qual Chile e Peru confirmaram o fim de suas diferenças fronteiriças.
A Cúpula de Havana, da qual participaram todos os chefes de Estado e de governo do bloco, menos de Panamá e El Salvador, foi concluída com a transferência da Presidência para a Costa Rica, que liderará o fórum em 2014 com o objetivo de gerar "cooperação e entendimento, visão e confiança".
Esse compromisso será assumido pelo governo que será escolhido nas eleições costarriquenhas de domingo, segundo a presidente Laura Chinchilla.
Cuba deixa a Presidência da Celac como a anfitriã de uma cúpula que recebeu os parabéns da maioria dos presentes e que vários classificaram como "histórica".
O fórum aprovou a "Declaração de Havana", cujo acordo de maior destaque é a proclamação da América Latina e do Caribe como uma "zona de paz" com o compromisso de "expatriar para sempre" o uso da força e solucionar as controvérsias de forma pacífica.
Em coincidência com essas intenções, a reunião serviu de cenário para que Peru e Chile confirmassem o fim de suas disputas fronteiriças após a recente decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia sobre os limites marítimos de ambos os países depois de um processo aberto pelos peruanos.
O Peru considerou como encerrado "para sempre" o capítulo de delimitação de suas fronteiras, anunciou na Celac o presidente Ollanta Humala, que destacou que seu país e o Chile dão "um exemplo à comunidade internacional" ao superar suas diferenças da forma "mais construtiva possível".
Em Havana ocorreu a esperada imagem de Humala e do presidente chileno em fim de mandato, Sebastián Piñera, juntos diante da imprensa, após uma reunião bilateral da qual também participou a presidente eleita do Chile, Michelle Bachelet.
Esse foi um dos muitos encontros bilaterais proporcionados pela cúpula.
Outro fato importante foi a intensa atividade do ex-presidente cubano Fidel Castro, de 87 anos e ausente do poder desde 2006, que não parou de receber visitas em sua residência em Havana.
Nos últimos dias, o líder cubano esteve com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, da Argentina, e a primeira-ministra da Jamaica, Portia Simpson-Miller.
Fidel Castro também se reuniu nesta quarta-feira com o mexicano Enrique Peña Nieto e recebeu os presidentes da Bolívia, Evo Morales, Equador, Rafael Correa, e Nicarágua, Daniel Ortega.
Em relação ao conteúdo da cúpula, a nota dominante dos discursos foi o apoio à integração regional e à defesa da Celac como um mecanismo "de unidade dentro da diversidade", conforme lembrou o presidente cubano, Raúl Castro.
Os mandatários presentes no fórum coincidiram na necessidade de que a Celac seja dotada de uma maior eficiência para enfrentar os desafios da região, sendo o mais importante deles a redução das desigualdades e da pobreza.
A cúpula da Celac apoiou também o processo de paz colombiano que acontece em Cuba.
Durante o evento, o polêmico assunto dos direitos humanos em Cuba foi mencionado pelo secretário-geral da ONU, que pediu que o governo de Castro ratifique os acordos internacionais nessa matéria.
A dissidência cubana denunciou uma onda de prisões durante a reunião regional e nos dias anteriores à mesma e alguns grupos de oposição pediram para se reunir com representantes de países da Celac, sem muito sucesso.
Somente a Costa Rica respondeu à solicitação da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN) e uma das funcionárias de sua delegação se reuniu nesta quarta-feira com o líder do grupo, Elizardo Sánchez.
A cúpula hoje se limitou aos discursos sem intercâmbios ou debates: a única controvérsia foi quando o presidente da República Dominicana, Danilo Medina, se irritou com o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, que acusou o governo dominicano de violar os direitos dos haitianos.
Também não faltaram propostas curiosas como a do presidente boliviano, Evo Morales, que sugeriu que seus colegas da Celac espionassem os Estados Unidos.
"Se for preciso fazer espionagem para o bem da segurança da comunidade internacional, eu proporia aos senhores que todos espionemos (o presidente americano Barack) Obama e seu governo, e assim haverá segurança mundial", disse Morales.
Apesar da expectativa gerada pela visita a Cuba do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, a primeira em mais de meio século de um responsável dessa organização, sua passagem pelo país foi discreta e o mesmo conversou por dez minutos com Raúl Castro.
A Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos nasceu em dezembro de 2011, por influência do falecido presidente venezuelano, Hugo Chávez, que foi lembrado pelo bloco na reunião de Havana.