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Cuba levará cinzas de Fidel de volta a berço da revolução

Cortejo que transporta suas cinzas levará três dias para percorrer o trajeto de 900 quilômetros através da ilha até Santiago de Cuba

Fidel Castro: líder cubano era admirado por muitos em todo o mundo, especialmente na América Latina e na África (Carlos Barria/Reuters)

Fidel Castro: líder cubano era admirado por muitos em todo o mundo, especialmente na América Latina e na África (Carlos Barria/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de novembro de 2016 às 08h52.

Havana - Uma procissão com as cinzas de Fidel Castro se preparava para partir de Havana nesta quarta-feira e realizar uma longa jornada a um local de repouso definitivo em Santiago de Cuba, onde os primeiros tiros da Revolução Cubana foram disparados e onde Fidel proclamou a vitória em 1959.

Fidel, que governou Cuba por meio século até 2008, e construiu um Estado comunista às portas dos Estados Unidos, morreu na sexta-feira, aos 90 anos, mergulhando a nação caribenha em nove dias de luto.

O ex-líder foi cremado no sábado. O cortejo que transporta suas cinzas levará três dias para percorrer o trajeto de 900 quilômetros através da ilha até Santiago de Cuba, no leste, refazendo a rota usada por seus revolucionários barbudos em sua marcha vitoriosa rumo a Havana em 1959.

O funeral irá acontecer na manhã de domingo.

Na noite de terça-feira, dezenas de milhares de cubanos, além de líderes dos aliados esquerdistas de Cuba e de outros países em desenvolvimento, se reuniram na Praça da Revolução de Havana para uma homenagem a "El Comandante".

"Ele mais do que cumpriu sua missão nesta terra", disse o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cujo governo auxilia a economia de Cuba vendendo petróleo em condições favoráveis, à enorme plateia. "Poucas vidas foram tão completas, tão brilhantes. Ele partiu invencível".

Fidel era admirado por muitos em todo o mundo, especialmente na América Latina e na África, por ter enfrentado os EUA, instituído a educação e a saúde gratuitas e ter enviado médicos por todo o planeta em missões de ajuda.

Mas outros o criticavam por ser um ditador que arruinou a economia com sua modalidade de socialismo e que negou aos cubanos direitos humanos básicos, como a liberdade de expressão.

Cerca de dois milhões de cubano-norte-americanos vivem nos EUA, resultado de um fluxo constante de pessoas que deixaram a ilha por motivos políticos e econômicos.

Um manto de silêncio tomou as ruas normalmente fervilhantes de Havana desde que o período de luto teve início. As autoridades proibiram música ao vivo e suspenderam a temporada profissional de beisebol e a venda de bebidas alcoólicas.

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