Mundo

Cuba decidirá em 2021 se aprova casamento LGBT em novo Código de Família

Em uma reviravoltas controversa, a minuta final da nova Carta Magna eliminou o artigo que abriu as portas para o casamento gay e adiou o debate

Cuba: o primeiro projeto do Código da Família será apresentado em março de 2021, para depois ser iniciada uma consulta popular (picture alliance/Getty Images)

Cuba: o primeiro projeto do Código da Família será apresentado em março de 2021, para depois ser iniciada uma consulta popular (picture alliance/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 22 de dezembro de 2019 às 10h07.

Havana — Cuba decidirá sobre a legalização do casamento igualitário durante a atualização do novo Código de Família, marcado para 2021, dentro do calendário legislativo aprovado neste sábado pelo Parlamento da ilha e estipulado na Constituição aprovada recentemente.

Em uma de suas reviravoltas mais controversas, a minuta final da nova Carta Magna eliminou o artigo que abriu as portas para o casamento gay e adiou o debate até a aprovação de um futuro Código de Família, em um esforço para garantir o apoio ao novo texto constitucional em um referendo.

A decisão foi justificada pelo governo pela necessidade de respeitar todas as opiniões que emergiram da consulta popular do documento, na qual a maioria foi contra a mudança da definição de casamento, que na antiga Carta Magna havia sido estabelecida como uma união entre um homem e uma mulher.

O projeto inicial da nova Constituição propunha a alteração desses termos para união entre duas pessoas com capacidade jurídica, mas no final foi decidido eliminar qualquer definição.

O assunto provocou discussões acaloradas nos debates e gerou indignação em grupos contrários ao ativismo LGBTI+ e em fiéis de várias denominações religiosas, com ênfase particular nas igrejas católica e evangélica, que têm uma presença crescente na ilha.

O calendário aprovado neste sábado (21) pela Assembleia Nacional estipula que o primeiro projeto do Código da Família será apresentado em março de 2021, para depois ser iniciada uma consulta popular. Em dezembro do mesmo ano, o texto deverá ser colocado em votação.

Mariela Castro, filha do ex-presidente Raul Castro e um dos rostos mais conhecidos do ativismo LGTBI em Cuba, pediu que seja feita uma grande campanha de comunicação para informar a população antes e durante o processo de consulta.

"Uma norma como esta não apenas regula o casamento, mas garante os direitos de meninas, mães, mulheres, avós, entre outras", disse a deputada.

Acompanhe tudo sobre:CubaLGBT

Mais de Mundo

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países