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Cruz Vermelha: 21 funcionários pagaram por serviços sexuais

Além dos 21 casos identificados, houve dois funcionários suspeitos de condutas sexuais inapropriadas que não tiveram contrato renovado

Cruz Vermelha: "Esta conduta é uma traição às pessoas e comunidades que servimos" (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
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EFE

Publicado em 24 de fevereiro de 2018 às 12h17.

Genebra - O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) revelou que 21 funcionários foram demitidos desde 2005 por terem pagado por serviços sexuais ou renunciaram enquanto era realizada uma investigação interna, e reconheceu que condutas deste tipo são uma "traição" às pessoas pela quais trabalha.

"Esta conduta é uma traição às pessoas e comunidades que servimos, vai contra a dignidade humana e devemos estar mais atentos para preveni-la", afirmou o diretor-geral da organização humanitária, Yves Daccord, em declaração publicada em seu site.

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Em um período no qual vêm sendo revelados vários casos de assédio, condutas inapropriadas e agressões sexuais em diferentes setores, incluindo o humanitário, Daccord pediu às suas equipes que rastreiem todos os dados sobre este problema, já que o sistema de gestão utilizado não permite fazê-lo de maneira precisa.

"O sistema descentrado de gestão que usamos por quatro décadas é o que nos permite tomar decisões de vida ou morte em termos de segurança e fornecimento de ajuda, mas quando se trata de más condutas foi difícil compilar dados exatos", explicou.

Com as informações que solicitou à sua equipe, Daccord indicou que além dos 21 casos identificados, houve dois funcionários suspeitos de condutas sexuais inapropriadas que não tiveram contrato renovado.

O CICV tem mais de 17 mil empregados no mundo todo e o responsável pelo órgão reconheceu que existe a preocupação quanto a atos "que deveriam ser reportados e ainda não o foram, ou que o foram sem ser tratados adequadamente".

Todos os contratos de trabalho estão vinculados ao Código de Conduta do CICV, que desde 2006 proíbe explicitamente a compra de serviços sexuais, inclusive onde a prostituição é legal, "pois consideramos que este comportamento é incompatível com os valores e a missão da organização".

"Todo funcionário que violar nosso Código de Conduta terá que responder por seus atos", afirmou o diretor-geral do CICV, que acrescentou que há contato constante com outras organizações que trabalham em atividades similares para impedir que os infratores possam se movimentar no setor sem serem detectados.

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