Mundo

Crise leva países a suspender transparência

Estudo da Transparência Internacional pede reforma do sistema financeiro para o combate a corrupção e elogia o G20

A Somália é a última colocada no ranking de percepção da corrupção (TSGT PERRY HEIMER/Wikimedia Commons)

A Somália é a última colocada no ranking de percepção da corrupção (TSGT PERRY HEIMER/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2010 às 08h03.

Berlim - A crise financeira global levou três em cada quatro países a suspender neste ano os estudos sobre corrupção da ONG Transparência Internacional (TI), publicado nesta terça-feira em Berlim.

Em entrevista coletiva, a organização destacou que os resultados, os piores dos últimos quatro anos, estão ligados à atual conjuntura econômica e sua recuperação, e pediu aos países que acelerem os esforços na luta contra este "sério problema de corrupção".

"Os resultados indicam que é preciso reforçar de forma significativa a boa governança no mundo todo. Essa prática é uma parte essencial da solução dos desafios políticos globais aos quais enfrentam os países", afirmou a presidente da TI, Huguette Labell.

Como nos últimos anos, as nações melhor situadas no Índice de Percepção da Corrupção 2010 (TPI) são Dinamarca (9,3), Nova Zelândia (9,3) e Cingapura (9,3), enquanto Iraque (1,5), Afeganistão (1,4), Mianmar (1,4) e Somália (1,1) fecham a lista de 178 estados e regiões.

Os países que recuaram neste ranking com relação ao ano passado são República Tcheca, Grécia, Hungria, Itália, Madagascar, Níger e Estados Unidos.

Por sua vez, os países que experimentaram melhorias mais significativas nos últimos 12 meses são Butão, Chile, Equador, Macedônia, Gâmbia, Haiti, Jamaica, Kuwait e Catar.

Para TI, o êxito da luta contra a corrupção passa por um compromisso internacional pelas mãos da reforma do sistema financeiro internacional.

"É destacável que o Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes) tenha tornado público compromissos com a transparência e a integridade diante da cúpula de novembro em Seul", afirmou Labelle.

TI apostou pela implementação mais estrita da convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, já que "permitir que continue a corrupção é inaceitável".

"Muita gente pobre e vulnerável continua sofrendo consequências no mundo todo. Necessitamos uma maior implementação da legislação existente. Não deve haver esconderijos para os corruptos ou seu dinheiro", concluiu a presidente da TI.

O reconhecido TPI da TI é elaborado a cada ano desde 1995 a partir de diferentes estudos e pesquisas

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoCrises em empresasEscândalosFraudesPolítica

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua