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Crise de refugiados vai durar, mas UE pode superar, diz OCDE

"A crise humanitária atual não tem precedentes, com um custo humano espantoso e inaceitável", afirma a OCDE em documento


	Refugiados chegam a Ilha grega: com o conflito na Síria, a incerteza na Líbia, a instabilidade no Afeganistão e no Iraque, "a curto prazo são escassas as perspectivas de que a situação se estabilize"
 (Reuters / Yannis Behrakis)

Refugiados chegam a Ilha grega: com o conflito na Síria, a incerteza na Líbia, a instabilidade no Afeganistão e no Iraque, "a curto prazo são escassas as perspectivas de que a situação se estabilize" (Reuters / Yannis Behrakis)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2015 às 09h45.

A crise dos refugiados "sem precedentes" vai durar, provavelmente, mas a Europa "tem a capacidade e a experiência" necessárias para superá-la, afirma a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em um relatório publicado nesta terça-feira.

"A crise humanitária atual não tem precedentes, com um custo humano espantoso e inaceitável", afirma a OCDE no documento anexo ao relatório "Perspectivas das migrações internacionais 2015".

Segundo a organização, o número de refugiados não tem paralelo recentemente: um milhão de pedidos de asilo podem ser apresentados em 2015 nos países da União Europeia, sem dúvida com uma proteção "350.000 a 450.000" pessoas.

Além disso, existem "uma grande diversidade de trajetos, de países de origem e de motivações", que tornam esta crise "particularmente difícil de tratar", destaca a OCDE, recordando que, por exemplo, os sírios representavam 21% das solicitações de asilo ano passado, os kosovares 9,6% e os eritreus 6,4%.

Com o conflito na Síria, a incerteza na Líbia, a instabilidade no Afeganistão e no Iraque, etc., "a curto prazo são escassas as perspectivas de que a situação se estabilize nos principais países de origem", adverte a OCDE, antes de apontar que "os fatores econômicos e demográficos nos países da África subsaariana vão seguir estimulando a emigração, como também a pobreza e o desemprego nos Bálcãs ocidentais".

"A situação supera talvez a simples urgência de curto prazo para ser uma condição mais estrutural, com fluxos importantes em perspectiva nos anos futuros, alimentando um sentimento de ansiedade a respeito da migração em muitos países", ressalta.

A organização considera que é necessário ir além das respostas a curto prazo, limitadas ao resgate e distribuição entre os países da UE, com uma "concentração em medidas de urgência para receber os refugiados e acelerar o tratamento das solicitações de asilo".

O relatório ressalta que é "urgente atacar certas raízes da crise e dar uma resposta política coordenada e completa".

"Mas a mensagem chave é que a Europa tem os meios e a experiência para responder a esta crise", afirma o diretor da divisão de migrações da OCDE, Jean-Christophe Dumont, que aponta como prova o número "administrável" de refugiados em comparação à população europeia e a o arsenal legislativo que a UE adotou nas últimas décadas.

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