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Crise de refugiados é a pior desde a 2ª Guerra Mundial

Relatório publicado nesta manhã pela Anistia Internacional revelou que, entre 2013 e 2015, 50 milhões de pessoas de diferentes partes se tornaram refugiadas

Síria: país é visto pela Anistia como aquele que vive hoje a crise humanitária mais grave em relação aos refugiados e deslocados internos (Reuters)

Síria: país é visto pela Anistia como aquele que vive hoje a crise humanitária mais grave em relação aos refugiados e deslocados internos (Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 15 de junho de 2015 às 16h25.

São Paulo – O mundo vive hoje a sua pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial. Estimativas dão conta de que, entre 2013 e 2015, ao menos 50 milhões de pessoas tiveram de abandonar os seus lares, seja pelo medo da violência das guerras ou por conta da pobreza extrema da região na qual viviam.

As constatações foram divulgadas nesta manhã pela Anistia Internacional, uma ONG dedicada ao monitoramento de violações de direitos humanos, e estão disponíveis em um estudo chamado “The Global Refugee Crisis”. A pesquisa foi produzida pela entidade para marcar o Dia Internacional dos Refugiados, que acontece no próximo dia 20.

O relatório traz números alarmantes sobre a situação dos refugiados no mundo e elege a Síria, que vive uma guerra devastadora desde os idos de 2011, como o país que oferece os piores cenários para a população.

Segundo o levantamento, pouco mais de 50% dos sírios encontram-se hoje deslocados internamente ou estão refugiados em países vizinhos. 95% destas pessoas vivem hoje na Turquia, na Jordânia, no Iraque, no Egito ou no Líbano, onde um em cada cinco habitantes é um refugiado da Síria.

Já no Mediterrâneo, os números tampouco trazem alento. 33% das pessoas que atravessaram para a Europa eram sírias. Em 2014, 166 mil pessoas foram resgatadas das águas por autoridades italianas. Em abril, num período de dez dias, mil refugiados morreram afogados.

África subsaariana e o sudeste asiático também foram alvo de investigações por parte da organização. Na primeira região, menos de 15 mil dos três milhões de refugiados conseguiram ser reassentados em 2013, enquanto que, na Ásia, apenas em maio deste ano, oito mil pessoas foram resgatadas navegando à deriva na costa da Tailândia.

O problema, crê a entidade, é agravado pela inércia de líderes mundiais, “que estão condenando milhares de pessoas a um estado de existência insuportável e centenas à morte por falharem em providenciar assistência humanitária”.

De fato, há meses a União Europeia enfrenta críticas sobre a maneira como lida com o problema dos imigrantes no Mediterrâneo. E um exemplo prático de ação polêmica foi a decisão da Itália de encerrar no ano passado a Mare Nostrum, sua missão dedicada ao resgate de embarcações no mar, por falta de fundos.  

“Essa crise é um dos maiores desafios do século” considerou a ONG. “Mas a resposta da comunidade internacional tem sido um fracasso vergonhoso. Precisamos de uma mudança radical nas políticas e na prática para criar uma estratégia global coerente”, ponderou.

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