Investigação da Polícia Federal apura o esquema de corrupção, tráfico de influência exploração de jogos ilegais comandado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira (Roosewelt Pinheiro/Abr)
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2012 às 21h18.
Brasília - Sem acesso à documentação das operações da Polícia Federal que investigaram o esquema de corrupção, tráfico de influência exploração de jogos ilegais comandado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, deputados e senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira tiveram até agora de satisfazer a curiosidade nos veículos impressos, blogs e sites que já divulgaram dados e grampos dos inquéritos.
Por enquanto, a CPI recebeu apenas a documentação da Operação Vegas, que deu origem à Monte Carlo, mais recente. De acordo com o presidente da CPI, senador Vital do Rego (PMDB-PB), os dados da Monte Carlo deverão ser enviados pela 11ª Vara da Justiça Federal de Goiânia. Acontece que na terça-feira a CPI ouvirá o delegado Raul Alexandre Marques Souza, responsável pela Operação Vegas. Terá de ser uma audiência no escuro, porque mesmo os documentos da Vegas, que já estão com a CPI, continuam em segredo para deputados e senadores.
Toda a confusão ocorre porque Vital do Rego determinou ao Serviço de Processamento de Dados do Senado (Prodasen) que digitalize toda a documentação e crie uma senha de acesso para os parlamentares em seus tablets. Dessa forma, seria evitada a circulação de papéis. Por enquanto, os técnicos do Prodasen estão quebrando a cabeça para descobrir como compactar tudo para pôr nos aparelhos dos deputados e senadores.
Como toda a investigação das duas operações da PF já vazou, alguns parlamentares decidiram não esperar o Prodasen. Estão consultando os sites que publicaram os inquéritos: http://www.leidoshomens.com.br, que pertence ao deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), um dos integrantes da CPI. Mas essa documentação não é oficial. Entre eles, os parlamentares do DEM e do PPS e suas equipes de apoio.
Precavido, visto que todas as operações já vazaram, o presidente da CPI determinou que um batalhão de 12 policiais vigie os documentos que estão em poder da Comissão Parlamentar de Inquérito. Eles vão se revezar na frente da sala-cofre da CPI. No mesmo cofre serão postos também os documentos que resultarem das quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico. Por enquanto, a CPI só quebrou os sigilos de Carlinhos Cachoeira.
Vital do Rego decidiu impor regras duras para o acesso ao cofre. "Só os membros da CPI terão acesso. Não podem entrar com celular nem copiar documentos", disse ele. O senador acrescentou que assessores e jornalistas não poderão visitar o cofre. E os deputados e senadores que forem consultar os documentos terão que assinar um termo se comprometendo a manter o sigilo, disse o senador.