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Covid-19 não é desculpa para explorar trabalhadores, diz papa Francisco

"Convido todos a transformar a crise em uma ocasião em que a dignidade da pessoa e do trabalho possam ser colocadas de volta no centro", disse o papa

Papa Francisco afirmou ter recebido inúmeras mensagens sobre problemas trabalhistas no 1º de maio (Vatican Media/Reuters)

Papa Francisco afirmou ter recebido inúmeras mensagens sobre problemas trabalhistas no 1º de maio (Vatican Media/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de maio de 2020 às 08h54.

Última atualização em 6 de maio de 2020 às 10h11.

O papa Francisco disse nesta quarta-feira que os patrões devem respeitar a dignidade dos funcionários, principalmente os imigrantes, apesar das dificuldades econômicas provocadas pela crise do novo coronavírus.

"É verdade que a crise está afetando a todos, mas a dignidade das pessoas sempre deve ser respeitada", disse Francisco no final de sua audiência geral, realizada na biblioteca papal, em vez da Praça de São Pedro, devido à quarentena na Itália.

Ele afirmou ter recebido inúmeras mensagens sobre problemas trabalhistas em 1º de maio, dia em que a maioria dos países celebra os direitos dos trabalhadores.

Francisco disse que queria defender "todos os trabalhadores explorados e convido todos a transformar a crise em uma ocasião em que a dignidade da pessoa e a dignidade do trabalho possam ser colocadas de volta no centro das coisas."

O pontífice fez menção especial à exploração de trabalhadores rurais na Itália, a maioria dos quais são imigrantes.

Nas últimas semanas, houve uma série de prisões de proprietários de fazendas e quadrilhas que recrutam e supervisionam trabalhadores rurais na Itália. A maioria dos integrantes das gangues também eram imigrantes.

Na semana passada, três proprietários de fazendas e um imigrante gambiano foram presos sob a acusação de exploração de cerca de 50 trabalhadores imigrantes na região do sul da Apúlia.

Em outro caso recente, três albaneses que trabalhavam para uma vinícola no norte da Itália foram presos sob a acusação de forçar os imigrantes a trabalharem por até 10 horas por dia sem intervalos, além do pagamento de salários baixos.

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