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Costa Rica entra para o clube dos ricos enquanto Brasil continua esperando

Costa Rica faz reforma tributária e se torna o terceiro país latino-americano a ser aceito pela OCDE, que reúne as maiores economias mundiais

Costa Rica faz reforma tributária e entra para a OCDE (iStock/Thinkstock)

Costa Rica faz reforma tributária e entra para a OCDE (iStock/Thinkstock)

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Carla Aranha

Publicado em 15 de maio de 2020 às 15h31.

Última atualização em 16 de maio de 2020 às 09h04.

A Costa Rica obteve nesta sexta-feira, 15, uma conquista há tempos pleiteada pelo Brasil. Depois de aprovar uma reforma tributária que simplificou a cobrança de impostos e de adotar medidas para melhorar o ambiente de negócios, a Costa Rica foi formalmente convidada a se tornar o 38º país-membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O acordo de adesão deverá ser assinado nos próximos dias.

“Estamos encantados em dar as boas-vindas à Costa Rica em uma época em que o multilateralismo se tornou mais importante que nunca”, disse nesta sexta-feira Angel Gurría, secretário-geral da OCDE. “A melhor maneira de endereçar os desafios globais atuais é ter economias emergentes e desenvolvidas trabalhando lado a lado”.

Criada em 1961 para estimular o crescimento econômico e o comércio internacional, a OCDE é conhecida como o “clube dos ricos” por agrupar as economias mais desenvolvidas do mundo, como os Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha e Japão.

O Chile, aceito em 2010, e a Colômbia, aprovada este ano, por enquanto são os únicos representantes da América do Sul na organização. Outros países emergentes, como a Turquia e o México, também fazer parte do grupo.

O Brasil pleiteia uma vaga na OCDE desde 2017. No ano passado, o presidente Donald Trump endossou o processo de adesão do Brasil. Mas nem o apoio dos Estados Unidos destravou as negociações para o Brasil entrar para a organização.

O grupo de trabalho da OCDE voltado a medidas e análises de práticas antissuborno revelou nesta quinta-feira, 14, que aguarda a conclusão do inquérito sobre as acusações feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro ao presidente Bolsonaro para reavaliar o pedido do Brasil de integrar a entidade.

Outros pontos importantes para ter o sinal verde da OCDE são aprimorar o ambiente de negócios, além de reforçar o combate à corrupção e investir em governança corporativa e políticas públicas voltadas à melhoria da qualidade de vida da população.

“Há 20 anos o ambiente de negócios não melhora no Brasil”, disse o embaixador aposentado José Alfredo Graça Lima, ex-chefe da missão brasileira junto à União Europeia, em entrevista à EXAME. “A negociação junto à OCDE sinaliza um caminho”. Pelo jeito, ainda será preciso caminhar um bom tanto até chegar as boas práticas recomendadas pela OCDE.

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