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Coreia do Sul concede indulto ao chefe da Samsung para ajudar a 'superar a crise econômica'

Bilionário Lee Jae-yong, condenado por suborno e peculato em janeiro de 2021, será "reintegrado" para contribuir na superaração da crise econômica no país

Lee, classificado em 278º na lista da Forbes das pessoas mais ricas do mundo, com um patrimônio líquido de US$ 7,9 bilhões (Seong Joon Cho/Getty Images)
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AFP

Publicado em 12 de agosto de 2022 às 12h53.

O herdeiro e líder de fato do grupo Samsung recebeu um indulto presidencial nesta sexta-feira (12), um exemplo da longa tradição da Coreia do Sul de libertar líderes empresariais condenados por corrupção por motivos financeiros.O bilionário Lee Jae-yong, condenado por suborno e peculato em janeiro de 2021, será "reintegrado" para receber a chance de "contribuir para superar a crise econômica da Coreia do Sul", disse o ministro da Justiça, Han Dong-yong.

Lee, classificado em 278º na lista da Forbes das pessoas mais ricas do mundo, com um patrimônio líquido de US$ 7,9 bilhões, recebeu liberdade condicional em agosto de 2021, depois de cumprir 18 meses de prisão, pouco mais da metade de sua sentença original.

O indulto anunciado nesta sexta-feira permitirá que ele retorne totalmente ao trabalho, levantando uma restrição de trabalho de cinco anos imposta após sua libertação da prisão.

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"Devido à crise econômica global, o dinamismo e a vitalidade da economia nacional se deterioraram e teme-se um prolongamento da recessão econômica", disse o Ministério da Justiça em comunicado.

O indulto de Lee e de outros executivos igualmente perdoados busca fazer com que "liderem o motor de crescimento contínuo do país por meio de investimentos ativos em tecnologia e criação de empregos", acrescentou.

O magnata de 54 anos recebeu seu indulto junto com outros três empresários, incluindo o presidente do Grupo Lotte, Shin Dong-bin, que foi condenado a dois anos e meio de prisão suspensa em um caso de suborno em 2018.

Ao todo, o ministério anunciou 1.693 indultos por ocasião do aniversário do Dia da Libertação na segunda-feira, que marca a rendição do Japão em 1945, que encerrou décadas de poder colonial na Coreia.

Sensação de impunidade

Em nota, o líder da Samsung disse que queria "contribuir para a economia por meio de investimentos contínuos e criação de empregos para jovens".

Lee Jae-yong é vice-presidente da Samsung Electronics, a maior fabricante de smartphones do mundo, com faturamento igual a um quinto do Produto Interno Bruto da Coreia do Sul. Ele foi preso por crimes relacionados a um enorme escândalo de corrupção que derrubou a ex-presidente Park Geun-hye.

A Coreia do Sul tem uma longa história de magnatas de alto nível acusados de suborno, peculato, evasão fiscal e outros crimes, embora muitos terminem com indultos, penas suspensas ou reduzidas.

Esses problemas legais e a prisão de Lee não desaceleraram o desempenho da Samsung, que anunciou um aumento de 70% nos lucros no segundo trimestre graças ao mercado de chips, alimentado pela pandemia e pelo boom do trabalho remoto.

"A Samsung operou perfeitamente bem sem nenhum indulto", disse o analista Vladimir Tikhonov. "O indulto enfraquece o Estado de Direito, o que é potencialmente mais prejudicial do que vantajoso para as operações em qualquer economia de mercado".

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