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Coreia do Norte tentou enviar carga para agência química na Síria

Relatório confidencial produzido para o Conselho de Segurança da ONU investiga possível cooperação entre Kim Jong-un e Bashar al-Assad

Kim jong-un, líder da Coreia do Norte: Conselho de Segurança investiga ligações com a Síria (KCNA/Reuters)

Kim jong-un, líder da Coreia do Norte: Conselho de Segurança investiga ligações com a Síria (KCNA/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 22 de agosto de 2017 às 17h18.

São Paulo – Dois carregamentos enviados pela Coreia do Norte e endereçados à agência responsável pelo programa de armas químicas da Síria foram interceptados nos últimos dois meses.

Autoridades acreditam que esses carregamentos, cujos conteúdos não foram revelados, sejam parte de um acordo de cooperação entre o regime norte-coreano de Kim Jong-un e o sírio de Bashar al-Assad.

A informação foi divulgada pela agência Reuters nesta semana e é fruto de um relatório confidencial produzido por um painel de especialistas independentes especialmente para o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com o veículo, esse estudo foi remetido aos países membros desse conselho no início do mês.

De acordo com relatório, as cargas foram enviadas pela Korea Mining Development Trading Corporation (KOMID), corporação norte-coreana que negocia armas e equipamentos relacionados a misseis balísticos. Essa empresa foi incluída à lista de empresas submetidas às sanções pelo Conselho de Segurança em 2009.

No ano passado, dizia o relatório obtido pela Reuters, representantes da KOMID na Síria também passaram a fazer parte dessa relação e que foram designados pela União Europeia como espécies de empresas de fachada ligadas ao Centro de Pesquisa e Estudos Científicos da Síria, a agência que conduz o programa de armas químicas do país desde os anos 70.

Coreia do Norte

A pressão sobre a Coreia do Norte segue a todo o vapor na comunidade internacional. Submetido a sanções desde os idos de 2006 em razão de seu programa de mísseis balísticos, o país viu o rol de obstáculos crescer nas últimas semanas depois que o Conselho de Segurança ampliou esse pacote. Entre elas, a proibição de importação de bens que podem privar Pyongyang em até 1 bilhão de dólares por ano.

A aplicação dessas novas sanções, no entanto, pareceu não intimidar o regime de Kim Jong-un, que seguiu com suas ameaças de novos testes balísticos e nucleares, além de intensificar as provocações contra os Estados Unidos, aumentando a tensão na península. Nesta terça-feira, foi a vez de a Rússia e a China, aliados históricos do país, serem punidas por sua relação com a Coreia do Norte.

A crise com a Coreia do Norte é vista por especialistas como a maior preocupação em segurança no mundo, hoje. Os EUA dizem estar tratando a questão como “prioridade máxima”. Apesar de o governo Trump afirmar que aposta em vias diplomáticas, já deixou claro que fará uso “a gama completa das capacidades a nossa disposição”.

Síria

Embrenhada em uma guerra civil que entrou em seu sétimo ano, a Síria vem sendo acusada de usar armas químicas em ataques contra a rebeldes e a população. Um deles, cuja autoria é negada por Assad, aconteceu em abril em uma cidade controlada por grupos que lutam contra o governo. Ao menos 70 pessoas morreram nesse episódio e resultou, ainda, em um bombardeio aéreo conduzido pelos EUA em uma base militar síria.

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