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Coreia do Norte quer que povo defenda Kim Jong-un "até a morte"

Informação é de uma mensagem publicada no jornal oficial que traça a política para 2012

Multidão observa um minuto de silêncio pela morte do líder norte-coreano, no dia 29 de dezembro de 2011 (North Korean Tv/AFP)

Multidão observa um minuto de silêncio pela morte do líder norte-coreano, no dia 29 de dezembro de 2011 (North Korean Tv/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de janeiro de 2012 às 11h01.

Seul - O regime norte-coreano pediu, neste domingo, que a população defenda "até a morte" seu novo líder Kim Jong-un, em mensagem publicada no jornal oficial que traça a política para 2012.

"Todo o partido, todo o Exército e todo o povo devem ter a firme convicção de que serão baluartes e escudos humanos de defesa de Kim Jong-un até a morte", afirma o texto publicado pelo órgão do Partido dos Trabalhadores no poder, Rodong Sinmun, e em outros diários oficiais.

Kim Jong-un, filho mais novo de Kim Jong-Il, foi nomeado "líder supremo" do país na quinta-feira passada, em substituição a seu pai, falecido no dia 17 de dezembro.

Kim Jong-Un foi confirmado oficialmente no "comando supremo" das Forças Armadas, que possuem 1,2 milhão de efetivos, sendo a quarta do mundo pelo número de soldados.

Na sexta-feira, Pyongyang também advertiu o mundo de que não mudaria de política e que não haverá diálogo com o atual governo de Seúl.

Durante um tempo, o Norte vai se concentrar "em reforçar o poder de Jong-un" em vez de adotar um comportamento agressivo ou iniciar negociações, considerou o professor Yang Moo-Jin, do departamento de estudos norte-coreanos da Universidade de Seúl.

O texto publicado neste domingo na imprensa norte-coreana promete "reforçar" as forças armadas e conclama os Estados Unidos a retirarem seus 28.500 soldados da Coreia do Sul. Mas acrescenta que Pyongyang "se esforçará para desenvolver relações de amizade com os países que respeitarem sua soberania".

O país tem como objetivo tornar-se "nação poderosa e próspera" em 2012, ano do centenário de nascimento de Kim Il-sung (15 de abril), fundador da Coreia do Norte, pai de Kim Jong-il e avô de Kim Jong-un.

A Coreia do Norte, que passou por uma grande fome na segunda metade dos anos 1990, ainda sofre com uma escassez crônica de alimentos devido a uma economia arruinada, com seus recursos destinados às elites, à defesa e ao programa nuclear.


O editorial deste 1º de janeiro, que fixa, a cada ano, a linha política dos 12 próximos meses, não menciona o programa de armamento nuclear, objeto de severas sanções internacionais, reiterando o apelo à luta contra "a infiltração ideológica e cultural imperialistas".

O novo líder da Coreia do Norte inspecionou neste domingo uma divisão de tanques, segundo a agência oficial KCNA.

Um grupo de ativistas sul-coreanos lançou neste domingo 50.000 panfletos na Coreia do Norte, com a ajuda de balões, para pedir aos norte-coreanos que se revolvem contra o novo líder do país, Kim Jong-un, lembrando o destino de outros governantes do mundo.

Os panfletos mostram fotos de Nicolae Ceaucescu, Saddam Hussein e Muamar Kadhafi, ex-governantes da Romênia, Iraque e Líbia, respectivamente, que foram executados ou assassinados na queda de seus regimes.

"Queremos que as pessoas na Coreia do Norte saibam que ditadores em outras partes do mundo encontraram a morte miseravelmente, e que eles também devem revoltar-se contra a tirania dinástica dos Kim", afirmou à AFP um dos coordenadores da operação, Choi Woo-won.

Os panfletos também pedem a participação dos soldados para "exterminar a gorda família de Kim Il-sung, Kim Jong-il e Kim Jong-un, três gerações que transferem o poder".

Além dos panfletos, os balões aerostáticos também lançaram sobre a Coreia do Norte pacotes de macarrão instantâneo, segundo os organizadores do protesto, realizado em Imjingak, perto da fronteira com a Coreia do Norte.

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