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Coreia do Norte lança míssil balístico no primeiro teste em 2 meses

O primeiro lançamento da Coreia do Norte desde outubro ressalta a promessa de ano novo do líder Kim Jong Un de intensificar o poderio militar

Coreia do Norte: O ministro da Defesa do Japão afirmou que o míssil balístico havia voado cerca de 500km. (Kim Hong-Ji/Reuters)

Coreia do Norte: O ministro da Defesa do Japão afirmou que o míssil balístico havia voado cerca de 500km. (Kim Hong-Ji/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de janeiro de 2022 às 10h07.

Última atualização em 5 de janeiro de 2022 às 10h16.

A Coreia do Norte disparou um suposto míssil balístico a partir de sua costa leste na quarta-feira, apenas horas antes do presidente sul-coreano Moon Jae-in comparecer a uma cerimônia para marcar uma ferrovia que ele espera que venha eventualmente conectar a península coreana dividida.

O primeiro lançamento da Coreia do Norte desde outubro ressalta a promessa de ano novo do líder Kim Jong Un de intensificar o poderio militar para fazer frente a uma situação internacional instável em meio a negociações paralisadas com a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

O suposto míssil foi disparado às 8h10 da manhã no horário local a partir de um local continental, sobre a costa leste e até o mar, afirmou a Junta de Chefes de Estado da Coreia do Sul (JCS).

Horas depois, Moon visitou a cidade sul-coreana de Goseong, também na costa leste e próxima à fronteira com o Norte, onde abriu as obras de uma nova ferrovia que ele chamou de "a pedra fundamental para a paz e o equilíbrio regional" na península.

Em declarações na cerimônia Moon reconheceu que o lançamento levanta preocupações sobre novas tensões, e pediu que a Coreia do Norte faça um esforço sincero pelo diálogo.

"Nós não deveríamos desistir da esperança pelo diálogo para superar fundamentalmente essa situação", disse. "Se as duas Coreias trabalharem juntas para construir confiança, a paz seria atingida em um dia."

O lançamento aparente de um míssil pelo Norte destacou os desafios que Moon enfrenta em sua campanha para chegar a um avanço diplomático antes do fim de seu mandato de cinco anos em maio.

Reconectar as duas Coreias por ferrovias era uma questão central em reuniões entre Kim e Moon em 2018, mas essas iniciativas não chegaram a lugar nenhum depois que as negociações para convencer a Coreia do Norte a desistir de suas armas nucleares em troca da atenuação de sanções internacionais fracassaram em 2019.

O discurso de ano novo de Kim não fez menção aos esforços da Coreia do Sul para retomar as negociações, ou às ofertas dos Estados Unidos para conversar, embora analistas tenham apontado que isso não significa que ele tenha fechado as portas para a diplomacia.

O Conselho de Segurança Nacional da Coreia do Sul realizou uma reunião de emergência e expressou preocupação com o fato de que o lançamento "tenha acontecido em um momento no qual a estabilidade interna e externa são extremamente importantes", e convocou a Coreia do Norte a retornar à mesa de negociação.

O ministro da Defesa do Japão afirmou que o míssil balístico havia voado cerca de 500km.

"Desde o ano passado, a Coreia do Norte tem repetidamente lançado mísseis, o que é muito lamentável", afirmou o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, a jornalistas.

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