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Coreia do Norte homenageia Kim Jong-il em seu 70º aniversário

A homenagem está entre o luto pela morte do ex-líder há dois meses e o enaltecimento de sua figura

As imagens da 'KCTV' mostraram milhares de soldados norte-coreanos alinhados em ordenadas fileiras (AFP)

As imagens da 'KCTV' mostraram milhares de soldados norte-coreanos alinhados em ordenadas fileiras (AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2012 às 09h51.

Seul - A Coreia do Norte lembrou nesta quinta-feira o 70º aniversário do nascimento de Kim Jong-il entre o luto por sua morte há dois meses e o enaltecimento da figura do ditador, sucedido por seu filho mais novo, Kim Jong-un.

Um grande desfile militar em frente ao palácio de Kumsusan, em Pyongyang, onde está o corpo do líder e de seu pai, o fundador do país Kim Il-sung, foi o ato principal do dia, transmitido pela rede de televisão estatal da Coreia do Norte 'KCTV'.

As imagens da 'KCTV' mostraram milhares de soldados norte-coreanos alinhados em ordenadas fileiras enquanto diversas autoridades pronunciavam discursos de louvor à dinastia Kim.

Em seguida foi realizada uma solene marcha militar com vários carros de combate e veículos do Exército acompanhando os soldados, que com perfeição milimétrica executaram seus passos em frente ao santuário, rebatizado como 'Palácio de Kumsusan do Sol'.

Vestindo preto, o jovem sucessor presidiu o desfile, que foi colorido por flores e fogos de artifício em um dia tão ensolarado como gelado, com o termômetro constantemente abaixo de zero.

Os militares juraram, mais uma vez, fidelidade absoluta ao novo líder da Coreia do Norte, que manteve quase o tempo todo seu habitual gesto hierático e, como de costume, não pronunciou uma só palavra.

Além disso, desde cedo milhares de cidadãos apresentaram seus respeitos a Kim Jong-il na monumental praça Kim Il-sung, diante das novas estátuas de cavalos erguidas em homenagem aos dois nesta semana e em diversos monumentos distribuídos ao longo da cidade de mais de 3 milhões de habitantes.

Entre o choro e a reverência, os fiéis seguidores do falecido líder fizeram oferendas de flores com a onipresente 'kimjongilia', um tipo de begônia criado especialmente anos atrás para homenagear Kim Jong-il no dia de seu aniversário, denominado 'Dia da Estrela Brilhante'.


A inesperada morte do ditador em dezembro abriu uma nova etapa na Coreia do Norte, a de seu filho mais novo e sucessor, Kim Jong-un, que com menos de 30 anos aparentemente se consolidou no poder como líder absoluto do país.

O novo 'comandante supremo' do Exército norte-coreano manifestou sua intenção de dar continuidade à política denominada 'Songun', que dá prioridade ao setor militar e foi iniciada por seu pai.

A política de 'militares primeiro' aplicada por Kim Jong-il transformou o Exército da Coreia do Norte em um dos maiores do mundo, com mais de um milhão de tropas regulares em um país de menos de 25 milhões de habitantes, e agilizou o desenvolvimento de armas nucleares.

Precisamente, a inclusão da Coreia do Norte na lista de países com armamento nuclear foi nesta semana uma das principais conquistas que os veículos estatais atribuíam a Kim Jong-il em sua campanha de propaganda, orientada a enaltecer a figura do antigo governante.

Kim Jong-il assumiu o comando da Coreia do Norte após a morte de Kim Il-sung, em 1994, e permaneceu 17 anos à frente do regime até morrer, há dois meses, aos 69 anos, de um infarto do miocárdio.

Após sua etapa no poder, deixou como legado um país aparentemente unido graças ao ferrenho controle da informação e à hegemonia do Exército, mas também com uma economia estagnada que há anos causa sérias carências alimentares entre a população.

Apesar disso, o aparelho de propaganda do regime proclamou que a Coreia do Norte se transformará em uma potência econômica em 2012 por ocasião dos 100 anos do nascimento de seu fundador, Kim Il-sung.

O centenário daquele que instaurou as bases do ortodoxo sistema comunista norte-coreano, que acontecerá em 15 de abril, será o acontecimento mais importante do calendário deste ano em um país caracterizado pelo culto extremo à personalidade de seus líderes.

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