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Coreia do Norte faz manobra inédita com seu satélite espião

País prometeu lançar mais três satélites espiões em 2024

Pyongyang afirmou ter fotografado locais militares e políticos na Coreia do Sul e nos EUA (Divulgação/Getty Images)

Pyongyang afirmou ter fotografado locais militares e políticos na Coreia do Sul e nos EUA (Divulgação/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 07h18.

Última atualização em 29 de fevereiro de 2024 às 12h23.

O primeiro satélite espião da Coreia do Norte está "vivo". Foi o que disse um especialista holandês nesta terça-feira depois de detectar mudanças em sua órbita que sugeriam que Pyongyang estava controlando a espaçonave com sucesso - embora suas capacidades permaneçam desconhecidas.

Segundo a Reuters, depois de dois fracassos, a Coreia do Norte colocou com sucesso o satélite Malligyong-1 em órbita em novembro. A mídia estatal de Pyongyang afirmou ter fotografado locais militares e políticos na Coreia do Sul, nos Estados Unidos e em outros lugares, mas não divulgou nenhuma imagem. Rastreadores de rádio independentes não detectaram sinais do satélite na época.

"Mas agora podemos dizer com certeza que o satélite está vivo", escreveu Marco Langbroek, especialista em satélites da Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, em um blog.

De 19 a 24 de fevereiro, o satélite realizou manobras para elevar seu perigeu, ou o ponto mais baixo de sua órbita, de 488 km para 497 km, disse Langbroek, citando dados do Centro de Operações Espaciais Combinadas, liderado pelos EUA.

O Ministério da Defesa da Coreia do Sul disse que também havia avaliado que o satélite estava em órbita, mas que não comentaria sobre análises individuais. Na segunda-feira, o ministro da Defesa, Shin Won-sik, disse que o satélite não estava mostrando nenhum sinal de operação.

"Embora atualmente não possamos ter certeza se o satélite está captando imagens com sucesso, ele pelo menos realiza manobras orbitais, portanto, nesse sentido, é funcional", escreveu Langbroek sobre os comentários de Shin.

A manobra de elevação da órbita foi uma surpresa. Os satélites norte-coreanos anteriores nunca fizeram isso antes, falou o especialista.

Isso significa que, enquanto houver combustível no satélite, a Coreia do Norte poderá prolongar sua vida útil.

A Coreia do Norte prometeu lançar mais três satélites espiões em 2024.

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