Mundo

Coreia do Norte diz que não negocia programa nuclear

Guterres conversou por telefone com o vice-embaixador Kim In Ryong na terça-feira, informou a missão norte-coreana na ONU

Coreia do Norte; Guterres disse na quarta-feira ser hora de "reduzir retórica e intensificar diplomacia" em relação à Coreia do Norte (Toru Hanai/Reuters)

Coreia do Norte; Guterres disse na quarta-feira ser hora de "reduzir retórica e intensificar diplomacia" em relação à Coreia do Norte (Toru Hanai/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 17 de agosto de 2017 às 20h44.

Nações Unidas - O programa de armas nucleares da Coreia do Norte nunca estará aberto a negociações enquanto a "política hostil e a ameaça nuclear" do governo dos Estados Unidos "continuar", disse o vice-embaixador de Pyongyang na Organização das Nações Unidas ao secretário-geral da ONU, António Guterres.

Guterres conversou por telefone com o vice-embaixador Kim In Ryong na terça-feira, informou a missão norte-coreana na ONU em comunicado nesta quinta-feira. O embaixador norte-coreano na ONU, Ja Song Nam, está atualmente na Coreia do Norte, também conhecida como República Popular Democrática da Coreia (RPDC).

"Enquanto a política hostil e a ameaça nuclear dos EUA continuar, a RPDC... nunca irá colocar sua dissuasão nuclear auto-defensiva na mesa de negociação ou recuar uma polegada do caminho escolhido por si mesma, o caminho de fortalecer a força nuclear estatal", disse Kim a Guterres de acordo com um registro da ligação telefônica dado pela missão norte-coreana na ONU.

Guterres disse na quarta-feira ser hora de "reduzir retórica e intensificar diplomacia" em relação à Coreia do Norte e que disse à Rússia, Japão, Estados Unidos, China, Coreia do Sul e Coreia do Norte que está disponível para ajudar a mediar conversas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, alertou à Coreia do Norte na semana passada que o país irá enfrentar "fogo e fúria" caso ameace os Estados Unidos, fazendo com que a Coreia do Norte dissesse estar considerando planos de disparar mísseis em direção à ilha de Guam, território dos EUA no Pacífico.

Mas a mídia norte-coreana relatou na terça-feira que Kim adiou a decisão enquanto aguardava para ver os próximos passos dos Estados Unidos, fazendo com que Trump elogiasse a decisão "sábia" do líder norte-coreano.

"À medida que os Estados Unidos lançaram uma provocação em grande escala contra a RPDC em todos os campos políticos, econômicos e militares, nada pode alterar a vontade e determinação do exército e do povo da RPDC de responder tomando firmes medidas retaliatórias", disse Kim a Guterres de acordo com o comunicado norte-coreano.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou unanimemente uma resolução elaborada pelos EUA para impor novas sanções sobre a Coreia do Norte em 5 de agosto que podem cortar em um terço a receita anual de 3 bilhões de dólares em exportações do Estado asiático.

Kim disse a Guterres que a resolução "constitui uma flagrante transgressão da soberania (da Coreia do Norte) e um desafio aberto a ela".

A Coreia do Norte está sob sanções da ONU desde 2006 por conta de seus programas nuclear e de mísseis balísticos e o Conselho de Segurança intensificou medidas em resposta a cinco testes de armas nucleares e quatro lançamentos de mísseis de longa distância.

"A RPDC fará os EUA pagarem caro por todos os crimes hediondos que cometem contra o Estado e povo deste país", disse Kim a Guterres, segundo a missão da Coreia do Norte na ONU.

Acompanhe tudo sobre:Coreia do NorteDiplomaciaKim Jong-unONUTestes nucleares

Mais de Mundo

Deixem o canal': panamenhos protestam contra Trump em frente à embaixada dos EUA

Congresso do Peru investiga escândalo por suposta rede de prostituição internacional

Torre Eiffel é evacuada devido a incêndio e curto-circuito em sistema de elevadores; veja vídeo

Novas autoridades sírias anunciam acordo para dissolução dos grupos armados