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EUA podem não interceptar míssil norte-coreano

País tem capacidade, mas pode optar por não interceptar, caso a trajetória projetada do míssil que venha a ser disparado nos próximos dias não se mostre perigosa

Samuel Locklear: comandante das forças dos EUA no pacífico disse que os militares norte-americanos acreditam que a Coreia do Norte tenha levado para a sua costa leste um número não especificado de mísseis Musudan, com alcance em torno de 5.000 quilômetros. (REUTERS/Gary Cameron)

Samuel Locklear: comandante das forças dos EUA no pacífico disse que os militares norte-americanos acreditam que a Coreia do Norte tenha levado para a sua costa leste um número não especificado de mísseis Musudan, com alcance em torno de 5.000 quilômetros. (REUTERS/Gary Cameron)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2013 às 21h20.

Washington - Os Estados Unidos têm capacidade para interceptar um míssil norte-coreano que venha a ser disparado nos próximos dias, mas pode optar por não fazer isso, caso a trajetória projetada não se mostre perigosa, disse um comandante militar de alta patente ao Congresso dos Estados Unidos nesta terça-feira.

O almirante Samuel Locklear, comandante das forças dos Estados Unidos no Pacífico, disse que os militares norte-americanos acreditam que a Coreia do Norte tenha levado para a sua costa leste um número não especificado de mísseis Musudan, com alcance em torno de 5.000 quilômetros.

Um funcionário do governo Obama disse à Reuters sob anonimato que "nossa suposição de trabalho é de que há dois mísseis que eles podem estar preparados para lançar". Essa avaliação coincide com relatos da imprensa sul-coreana.

Locklear disse que o Musudan tem condições de atingir Guam, território norte-americano no Pacífico, mas não ameaça o Havaí ou o território continental dos Estados Unidos.

O almirante disse numa audiência no Senado que recomendaria a interceptação de um míssil que se dirija para o território dos EUA ou de algum país aliado. Questionado sobre se recomendaria abater qualquer míssil lançado pela Coreia do Norte, independentemente da trajetória, ele disse: "Eu não recomendaria isso".

As declarações do comandante ocorrem num momento de intensos rumores de que Pyongyang estaria preparando o teste de um míssil, algo que a Casa Branca diz que não seria uma surpresa, ou alguma outra provocação que possa atrair uma resposta militar sul-coreana.

Nas últimas semanas, o Pentágono anunciou mudanças na sua postura a fim de reagir à ameaça norte-coreana, incluindo o posicionamento de dois destroieres da classe Aegis no oeste do Pacífico e a mobilização de um sistema de defesa antimísseis em Guam.

Qualquer reação dos Estados Unidos ou da Coreia do Sul a eventuais provocações norte-coreanas poderia elevar ainda mais a tensão na península, num momento em que Pyongyang intensifica as ameaças de um conflito iminente.

Nesta terça-feira, autoridades norte-coreanas aconselharam que estrangeiros presentes na Coreia do Sul deixem o país, para não serem apanhados em uma "guerra termonuclear".

O alerta não alterou a rotina despreocupada de Seul, onde o tráfego nas ruas continuou intenso, e os escritórios funcionaram normalmente.

No outro lado da fronteira, a Coreia do Norte tampouco dá sinais de preparativos especiais para suas forças armadas, de 1,2 milhão de soldados, e analistas dizem que as ameaças podem servir basicamente para fortalecer internamente o dirigente Kim Jong-un, de 30 anos.

Mas Lockler disse que, de acordo com a avaliação dos militares dos Estados Unidos, Kim é mais imprevisível que seu pai ou seu avô, seus antecessores à frente do regime comunista, que sempre pareciam incluir em suas cíclicas provocações "uma rampa de saída", segundo o almirante.

"E não está claro para mim que ele tenha pensado em como sair dessa. E assim, é isso que torna este cenário, eu acho, particularmente desafiador", afirmou.

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