Mundo

COP18 mostra pequenos indícios de boa vontade

Para quem quer acreditar em bons ventos, também não passa batido o fato de esta ser a COP de Doha, a cidade-sinônimo das grandes rodadas de negociações econômicas


	Christiana Figueres (da UNFCCC) fala na abertura da COP18: ela ressaltou o caráter de urgência que deve permear todas discussões
 (REUTERS/Mohammed Dabbous)

Christiana Figueres (da UNFCCC) fala na abertura da COP18: ela ressaltou o caráter de urgência que deve permear todas discussões (REUTERS/Mohammed Dabbous)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2012 às 15h35.

São Paulo - A partir de hoje e até o dia 7 de dezembro, as atenções de interessados no “Futuro que Queremos” se voltam para o Qatar, de onde vêm notícias sobre a 18ª Conferência das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas (COP18) e a 8ª do Protocolo de Kyoto (CMP8). Para espantar o desânimo frente às negociações fracassadas das reuniões anteriores – por conta de cisões, passos atrás e, naturalmente, das crises norteamericana e europeia – convém buscar sinais alvissareiros.

Um detalhe significativo é o fato de o anfitrião ser um país árabe e produtor de petróleo (pela primeira vez!). E, por extensão, o fato de a conferência ser presidida pelo primeiro ministro do Qatar, Abdullah Bin Hamad Al-Attiyah, ex-diretor do Ministério das Finanças e do Petróleo; ex-ministro da Energia e da Indústria (1992 a 2011) e ex-presidente da Qatar Petroleum (até 2011). Ou seja, trata-se de um conhecedor do assunto em pauta e, sobretudo, alguém capaz de dimensionar o significado dos esforços necessários para reduzir as emissões de gases relacionados às mudanças climáticas (emissões essas altíssimas por lá, desnecessário dizer).

Para quem quer acreditar em bons ventos, também não passa batido o fato de esta ser a COP de Doha, a cidade-sinônimo das grandes rodadas de negociações econômicas. Os impactos das mudanças climáticas na Economia Mundial – como todos sabemos – são os obstáculos aos acordos que precisam ser fechados agora. Antes que seja tarde demais.

Em seu discurso de abertura, Al-Attiyah destacou a expectativa de virar a página das negociações emperradas e chegar a um “acordo unânime”. Ele também enfatizou os principais princípios das negociações: transparência, participação e fortalecimento do papel dos países-membros no processo. E prometeu criar o ambiente propício para um final feliz. Cá do lado de fora, torcemos pelo seu sucesso!

Já a costa-riquenha Karen Christiana Figueres Olsen, secretária-executiva da Convenção de Mudanças Climáticas, destacou a oportunidade de os países da região do Golfo poderem mostrar como pensam “por o crescimento energético regional num caminho mais sustentável” e, assim, “construir um futuro mais seguro, forte e resiliente para todas as nações” (do ponto de vista da produção de energia, sobretudo). Ou seja, o palco é dos árabes para mostrar a que vieram e ainda liderar a tão desejada transição dos “planos para a ação”.

Christiana Figueres ainda ressaltou o caráter de urgência que deve permear todas discussões. E a absoluta necessidade de chegar a acordos capazes de assegurar equidade entre os compromissos das nações e respostas aos desafios científicos.

Está aberta a arena. Que os pequenos indícios de boa vontade prevaleçam sobre os nós-cegos!

Acompanhe tudo sobre:Mudanças climáticasProtocolo de Kyoto

Mais de Mundo

Biden assina projeto de extensão orçamentária para evitar paralisação do governo

Com queda de Assad na Síria, Turquia e Israel redefinem jogo de poder no Oriente Médio

MH370: o que se sabe sobre avião desaparecido há 10 anos; Malásia decidiu retomar buscas

Papa celebrará Angelus online e não da janela do Palácio Apostólico por resfriado