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Conversa de paz na Síria está adiada indefinidamente, diz Rússia

A Rússia apoia o presidente sírio, Bashar al-Assad, na guerra civil de seu país, e sua operação militar na Síria fortaleceu a posição de Assad

Síria: a Rússia e seus aliados sírios dizem não bombardear Aleppo desde 18 de outubro (Reuters)

Síria: a Rússia e seus aliados sírios dizem não bombardear Aleppo desde 18 de outubro (Reuters)

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Reuters

Publicado em 1 de novembro de 2016 às 09h44.

Moscou - O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse nesta terça-feira que a incapacidade do Ocidente da conter islâmicos violentos na Síria adiou indefinidamente a retomada de conversas de paz.

Shoigu disse que os rebeldes apoiados por governos ocidentais vêm atacando civis na cidade síria de Aleppo, apesar de uma pausa nos ataques aéreos russos e sírios.

"Como resultado, as perspectivas para o início de um processo de negociação e a volta a uma vida pacífica na Síria estão adiados por um período indefinido", afirmou Shoigu.

A Rússia apoia o presidente sírio, Bashar al-Assad, na guerra civil de seu país, e sua operação militar na Síria fortaleceu a posição de Assad. Isso colocou Moscou em rota de colisão com Washington e seus aliados, que querem Assad fora do poder.

A Rússia e seus aliados sírios dizem não bombardear Aleppo desde 18 de outubro. Governos ocidentais vinham alegando que os ataques estavam matando civis em grande quantidade, algo que Moscou negou.

Mas a pausa na campanha aérea em Aleppo é frágil: o presidente russo, Vladimir Putin, disse no mês passado que sua continuação depende do comportamento de grupos rebeldes moderados em Aleppo e de seus apoiadores do Ocidente.

Shoigu, que discursava em uma reunião de oficiais militares russos, repreendeu estes rebeldes e seus apoiadores, dizendo que desperdiçaram uma chance para ter conversas de paz.

"É hora de nossos colegas ocidentais determinarem contra quem estão lutando: terroristas ou a Rússia", disse Shoigu, cujos comentários foram transmitidos pela televisão russa.

"Talvez tenham esquecido em que mãos pessoas inocentes morreram na Bélgica, na França, no Egito e em outros lugares?".

Listando ataques que disse terem sido executados por rebeldes apoiados pelo Ocidente dentro de Aleppo, ele perguntou: "Será que esta é uma oposição com a qual podemos obter acordos?".

"Para poder destruir terroristas na Síria, é necessário agir juntos, e não arruinar os planos dos parceiros. Porque os rebeldes exploram isso em seu próprio interesse".

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