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Constituinte é destruição da democracia venezuelana, diz Santos

O presidente colombiano ratificou ainda que seu governo não reconhecerá a Constituinte por ter uma origem "espúria" e "ilegal"

Santos: em sua opinião, a democracia venezuelana "veio sendo destruída pouco a pouco" (Jaime Saldarriaga/Reuters)

Santos: em sua opinião, a democracia venezuelana "veio sendo destruída pouco a pouco" (Jaime Saldarriaga/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 12h14.

Última atualização em 3 de agosto de 2017 às 15h49.

Bogotá - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse nesta quinta-feira que a Assembleia Constituinte é a "culminação da destruição "da democracia na Venezuela, e ratificou que seu governo não a reconhecerá por ter uma origem "espúria" e "ilegal".

"Nos últimos tempos o que vimos é uma deterioração, uma destruição da democracia na Venezuela", disse Santos em uma entrevista coletiva por ocasião do início do seu último ano de gestão.

Em sua opinião, a democracia venezuelana "veio sendo destruída pouco a pouco".

"Esta Assembleia Constituinte é, de certa forma, a culminação dessa destruição da democracia na Venezuela", acrescentou o chefe de Estado, sobre o mecanismo convocado pelo presidente Nicolás Maduro para redigir uma nova Carta Magna.

Nesse sentido, Santos admitiu que seu governo veio "endurecendo" sua posição frente à Venezuela, país com o qual a Colômbia compartilha 2.219 quilômetros de fronteira comum.

"Eu disse claramente, e acredito que a comunidade internacional também ou a maioria da comunidade internacional, que essa Constituinte tinha uma origem espúria, ilegal, e por isso não podemos reconhecer essa Constituinte como uma instituição válida", destacou Santos.

Além disso, lembrou que a Venezuela foi um tema que teve "no radar desde o primeiro dia" do seu governo e uma "constante" em sua agenda, ao argumentar que o que acontece no país vizinho "afeta todos os colombianos para o bem ou para o mal".

Santos salientou que com o governo do presidente Hugo Chávez, que morreu em março de 2013, e o do sucessor deste, Nicolás Maduro, a Colômbia teve "visões totalmente opostas".

"Mas propusemos não nos questionar, cada um tinha sua própria visão, porque ambos países tinham uma origem legal, democrática", acrescentou Santos, ressaltando que ambos países trabalharam em "causas maiores", como a paz da Colômbia, em alusão ao processo com as Farc.

A Venezuela atuou como país acompanhante nas negociações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a principal guerrilha do país, que desembocou em novembro do ano passado na assinatura de um acordo para pôr fim a mais de cinco décadas de conflito armado.

Santos, que foi tachado por Maduro de "vassalo do império americano", se pronunciou em distintas ocasiões diretamente e através do seu governo sobre a situação venezuelana, destacando inclusive que "o bem da Venezuela é o bem da Colômbia".

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