Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen: oposição quer que ele seja investigado pelos crimes (Mohammed Huwais/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2011 às 13h45.
Nova York - O Conselho de Segurança das Nações Unidas exortou nesta segunda-feira as autoridades do Iêmen a penalizar os responsáveis pelos episódios de violência que deixaram centenas de mortos no país desde janeiro passado e a honrar sua promessa de organizar eleições presidenciais no prazo de 90 dias.
José Filipe Cabral, embaixador de Portugal na ONU e presidente em exercício do Conselho de Segurança, exortou ainda "todos os partidos no Iêmen a rejeitar a violência, evitar provocações" e exigir que "os responsáveis pela violência e pelas violações dos direitos humanos prestem contas".
A iemenita Tawakol Karman, que recebeu o prêmio Nobel da Paz, pediu nesta segunda-feira que o Tribunal Penal Internacional (TPI) investigue os crimes contra a humanidade praticados pelo presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, durante a repressão da revolta popular.
"Estou aqui para dizer ao procurador que deve utilizar o direito para convencer a comunidade internacional e o Conselho de Segurança que Saleh deve ir ao TPI", declarou à AFP Tawakol Karman, antes de um encontro com Luis Moreno-Ocampo em Haia.
Karman, que recebeu o Nobel da Paz no dia 7 de outubro foi recebida durante 40 minutos pelo procurador nas instalações do TPI. Entregou documentos, incluindo fotos de vítimas e testemunhos, pedindo a abertura de uma investigação de crimes contra a Humanidade.
"Expliquei a ela que enquanto tivermos competência, atuaremos", declarou a Luis Moreno-Ocampo. O Iêmen não assinou o Estatuto de Roma, tratado que fundou o TPI.