Conheça Élisabeth Borne, 2ª mulher primeira-ministra da França em 30 anos
Borne, primeira chefe de governo desde a socialista Édith Cresson no início dos anos 90, trocou o Ministério do Trabalho pelo Matignon, o gabinete do primeiro-ministro
AFP
Publicado em 16 de maio de 2022 às 16h03.
Élisabeth Borne, de 61 anos, é conhecida por sua tenacidade e lealdade ao presidente, Emmanuel Macron, que nesta segunda-feira, 16, a nomeou primeira-ministra da França.
Borne, primeira chefe de governo desde a socialista Édith Cresson no início dos anos 90, trocou o Ministério do Trabalho pelo Matignon, o gabinete do primeiro-ministro.
Quem é Élisabeth Borne, nova primeira-ministra da França
A engenheira nascida em Paris em 1961 também já ocupou as pastas de Transportes e Transição Ecológica durante o primeiro mandato do presidente reeleito em abril.
Ela é parte da ala de centro-esquerda, uma vantagem em um momento em que novas reformas sociais são esperadas, principalmente devido ao polêmico aumento da idade de aposentadoria.
A alta funcionária se define como uma "mulher de esquerda" que luta por "justiça social e igualdade de oportunidades".
Como ministra do Trabalho desde julho de 2020, em plena pandemia, foi responsável por reformas sensíveis, como a do seguro-desemprego, que sofreu uma rejeição unânime dos sindicatos.
Ela tem a seu favor o plano "um jovem, uma solução", que mobilizou uma série de medidas a favor do emprego, entre elas, um massivo auxílio para as capacitações, com o objetivo de evitar uma "geração sacrificada".
Esta mulher elegante, famosa por conhecer seus projetos a fundo, também herdou a polêmica reforma previdenciária que Macron adiou devido à pandemia. "É uma super técnica", comenta um líder sindical, sob anonimato, destacando a falta de empatia da nova chefe de Governo.
Borne foi muito atuante na defesa da ação governamental, especialmente as medidas para evitar demissões durante a crise sanitária e fomentar o teletrabalho.
Em março de 2021, ela passou vários dias no hospital após ser contaminada pelo coronavírus. A funcionária reconhece que foi uma experiência "angustiante" e que precisou "administrar oxigênio algumas vezes".
À frente do Ministério dos Transportes em 2017, Borne avançou com a reforma ferroviária. Dois anos depois passou para o Ministério da Transição Ecológica, após a demissão de seu titular.
Esta última pasta já lhe era familiar. Em 2014, foi chefe de gabinete da então ministra do Meio Ambiente, a socialista Ségolène Royal, durante a presidência de François Hollande.
Em 2015, Borne foi encarregada da presidência da RATP, a grande companhia pública que administra o transporte em Paris e região. Ela já havia sido diretora estratégica da empresa ferroviária SNCF nos anos 2000.
Sua experiência no serviço público incluiu ainda a Prefeitura de Paris, onde foi responsável pelo departamento de Urbanismo. No setor privado, atuou na construtora Eiffage em 2007.
Discreta sobre sua vida pessoal, perdeu o pai "muito jovem" e sua mãe não tinha muitos recursos. Borne afirma que encontrou nas exatas "algo bastante tranquilizador, bastante racional".
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