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Congresso do Peru investiga escândalo por suposta rede de prostituição internacional

Principal acusado dessa organização seria o ex-chefe da Oficina Jurídica e Constitucional do Congresso, o advogado Jorge Torres

O primeiro-ministro do Peru, Gustavo Adrianzen (E), discursa no Congresso para buscar um voto de confiança para permanecer no cargo, apesar do escândalo de relógios de luxo que está abalando o governo, no Congresso Nacional em Lima, em 3 de abril de 2024. (Foto de Juan Carlos CISNEROS / AFP) (Foto de JUAN CARLOS CISNEROS/AFP via Getty Images) (Juan Carlos CISNEROS / AFP/Getty Images)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 24 de dezembro de 2024 às 16h37.

O Congresso do Peru convocou para depor na quinta-feira, 26, um ex-funcionário suspeito de montar uma suposta rede de prostituição no Legislativo, segundo uma denúncia jornalística.

O principal acusado dessa organização seria o ex-chefe da Oficina Jurídica e Constitucional do Congresso, o advogado Jorge Torres, próximo ao partido direitista Aliança Para o Progresso (APP).

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Torres deverá comparecer à Comissão de Fiscalização para responder sobre as alegações divulgadas na semana passada pelo programa de televisão "Beto a Saber", que o aponta como suposto organizador de uma rede de trabalhadoras que ofereciam favores sexuais a parlamentares.

"Há quem diga que essas mulheres foram contratadas (por Jorge Torres) como pessoas de ofício duvidoso, que se deitam com algumas pessoas em troca de algum benefício", afirmou no programa uma ex-funcionária cuja identidade e rosto não foram revelados.

"Uma delas inclusive visitava o ex-presidente do Congresso, Alejandro Soto", acrescentou a entrevistada. Soto, do partido APP, negou a acusação em um comunicado.

A investigação do Congresso se soma a uma apuração preliminar do Ministério Público por "suposto crime de exploração sexual em prejuízo de mulheres ainda não identificadas".

Torres negou as acusações em declarações à imprensa: "(Isso) nego categoricamente (...) e peço que o Ministério Público e a Comissão de Fiscalização investiguem".

O assassinato da advogada Andrea Vidal, de 28 anos, que foi assessora e braço direito de Torres até setembro, quando foi demitida, desencadeou o escândalo.

Vidal morreu em 17 de dezembro em um hospital de Lima, após agonizar por uma semana depois de ser alvejada a tiros junto ao motorista do táxi em que viajava. No programa de televisão, sugeriu-se a hipótese de que Torres teria contratado assassinos para matar Vidal, que supostamente recrutava as prostitutas.

"O que aconteceu é grave. A suposta rede de prostituição, que terminou com o assassinato de uma ex-funcionária do Congresso, precisa ser investigada", declarou à imprensa o presidente da Comissão de Fiscalização, Juan Burgos.

Segundo a convocação do parlamento, divulgada nesta terça-feira, Torres deverá informar sobre "os critérios adotados para a proposta e contratação de pessoal que trabalha na Oficina Jurídica e Constitucional do Congresso".

Torres foi afastado de seu cargo no Congresso em 13 de dezembro, um dia após o assassinato de sua assessora.

"Jamais na minha vida como parlamentar imaginei enfrentar uma situação dessa natureza", lamentou o presidente do Congresso, Eduardo Salhuana, do partido APP.

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