'Conflitos levam países atingidos à 'década perdida', diz diretora do FMI
De acordo com as projeções da instituição, a renda per capita de Estados atualmente fragilizados por conflitos deverá se manter em um nível abaixo do de 2019
Agência de notícias
Publicado em 15 de outubro de 2023 às 13h54.
A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou há pouco que os conflitos e guerras, mais do que uma "catástrofe humana", também interferem diretamente na performance econômica dos países envolvidos.
"Nós sabemos que em 2022, aproximadamente 200 mil pessoas perderam sua vida em conflitos e mais do que 108 milhões de pessoas foram forçadas a migrar. Isso é uma catástrofe humana, mas também um assunto decisivo para o desempenho econômico desses países", disse Georgieva neste domingo, 15, em Marrakesh, Marrocos, no 38º Seminário Bancário Mundial do G30, parte da programação das reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial.
- Sem precedentes: Google, Amazon e Cloudware confirmam que lidaram com ataque cibernético nunca visto
- Hezbollah dispara míssil em cidade israelense no norte e mata uma pessoa
- Conflito no Oriente Médio deixará mercado volátil, principalmente no diesel, diz Prates
- Marinho diz que 'não está fácil' chegar a acordo de regulamentação de trabalhadores por app
- Número de mortes em Gaza já supera os 50 dias de confronto em 2014, diz autoridade local
- Conflito em Israel pode ampliar necessidade de financiamento dos EUA, destaca Galípolo
Durante sua fala, a diretora do FMI afirmou que, de acordo com as projeções da instituição, a renda per capita de Estados atualmente fragilizados por conflitos deverá se manter em um nível abaixo do de 2019, até pelo menos o fim do próximo ano. "Isso é uma década perdida para as pessoas que já estão em uma situação difícil", afirmou.
LEIA MAIS: O que o diretor da Eurasia projeta para a guerra e o futuro de Netanyahu
Georgieva ainda disse que o FMI está ampliando sua capacidade de ajudar esses estados fragilizados a colocar "a política fiscal em ordem", a despeito das dificuldades de aumento de receitas e de melhora na qualidade dos gastos públicos. "Também, queremos que os Bancos Centrais desses países tenham a força necessária para garantir estabilidade de preços e ajudar no desenvolvimento", afirmou.
A diretora do FMI também reforçou que as crises e conflitos não afetam apenas os países diretamente envolvidos, mas também "se espalham e desestabilizam as nações vizinhas". "Se nós não atacamos essa fragilidade seriamente, em qualquer momento que ela acontece, não há saída para o nosso mundo ser forte, pacifico e próspero", afirmou.