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Conflito sírio está a ponto de se internacionalizar

A França tem manifestado sua disposição em suspender o embargo à entrega de armas aos rebeldes "nas próximas semanas"

Rebelde aponta arma contra tropas do regime sírio na cidade de Alepo, na Síria: Damasco ameaça atacar o território do Líbano. (AFP / Jm Lopez)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de março de 2013 às 14h38.

Damasco - O conflito na Síria , que entrou nesta sexta-feira em seu terceiro ano, está a ponto de se internacionalizar depois de a França ter manifestado sua disposição em suspender o embargo à entrega de armas aos rebeldes "nas próximas semanas" e às ameaças de Damasco de atacar o território do Líbano.

No momento em que a mais longa e sangrenta rebelião da Primavera Árabe já deixou 70.000 mortos, segundo a ONU, os insurgentes sírios protestaram com o lema "Dois anos de sacrifício até a vitória" na guerra contra o presidente Bashar al-Assad, membro de uma família que está no poder há mais de 40 anos.

O alto comissário da ONU para os Refugiados, Antonio Guterres, lançou um sinal de alerta ante os riscos de que o conflito se estenda para a região. "Se o conflito sírio persistir, há um risco de explosão no Oriente Médio, e será impossível enfrentar este desafio do ponto de vista humanitário, político e de segurança".

Diante da intensificação dos combates, o presidente francês, François Hollande, afirmou na quinta-feira que, mesmo sem um consenso europeu, a França estaria disposta a "assumir suas responsabilidades" e a fornecer armamento por sua conta aos insurgentes sírios.

Nesta sexta, Hollande voltou à carga afirmando que "o maior risco seria não fazer nada".

"Há países, como a Rússia, que entregam armas a Bashar al-Assad e ao seu regime. Devemos tirar todas as conclusões, e a Europa deve tomar sua decisão nas próximas semanas", declarou Hollande à imprensa após uma cúpula europeia em Bruxelas.


Após a reunião nesta sexta-feira dos chefes de Estado e de Governo dos 27, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, anunciou que os chanceleres europeus discutirão nos dias 22 e 23 de março em Dublin se retirarão o atual embargo de armas à Síria.

"Vários países membros mencionaram a questão do fim do embargo. Decidimos encarregar nossos ministros das Relações Exteriores de avaliar a situação de forma prioritária na reunião informal prevista para a próxima semana em Dublin, e encontrar uma posição comum", declarou Van Rompuy.

Mas a tarefa se anuncia difícil devido à hesitação de vários países europeus. A posição da França, apoiada por Londres, desagradou o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, que lamentou que "países falem individualmente antes dos demais".

O conflito sírio corre o risco de transbordar após as ameaças feitas por Damasco ao seu vizinho, Líbano. Com militantes libaneses anti-Assad acusados de infiltrar rebeldes através da fronteira, o Ministério sírio das Relações Exteriores ameaçou na quinta atacar em território libanês "grupos armados" que entram clandestinamente na Síria.

"As forças sírias demonstram moderação ao não atacar esses grupos no interior do território libanês (....), mas isso não pode durar indefinidamente", indicou a chancelaria síria em uma carta enviada ao Ministério das Relações Exteriores libanês.

O Exército sírio disparou durante o conflito contra zonas fronteiriças libanesas, mas é a primeira vez que a Síria ameaça oficial e publicamente atacar o território do Líbano, país que está dividido entre partidários e adversários do regime de Assad.

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Damasco - O conflito na Síria , que entrou nesta sexta-feira em seu terceiro ano, está a ponto de se internacionalizar depois de a França ter manifestado sua disposição em suspender o embargo à entrega de armas aos rebeldes "nas próximas semanas" e às ameaças de Damasco de atacar o território do Líbano.

No momento em que a mais longa e sangrenta rebelião da Primavera Árabe já deixou 70.000 mortos, segundo a ONU, os insurgentes sírios protestaram com o lema "Dois anos de sacrifício até a vitória" na guerra contra o presidente Bashar al-Assad, membro de uma família que está no poder há mais de 40 anos.

O alto comissário da ONU para os Refugiados, Antonio Guterres, lançou um sinal de alerta ante os riscos de que o conflito se estenda para a região. "Se o conflito sírio persistir, há um risco de explosão no Oriente Médio, e será impossível enfrentar este desafio do ponto de vista humanitário, político e de segurança".

Diante da intensificação dos combates, o presidente francês, François Hollande, afirmou na quinta-feira que, mesmo sem um consenso europeu, a França estaria disposta a "assumir suas responsabilidades" e a fornecer armamento por sua conta aos insurgentes sírios.

Nesta sexta, Hollande voltou à carga afirmando que "o maior risco seria não fazer nada".

"Há países, como a Rússia, que entregam armas a Bashar al-Assad e ao seu regime. Devemos tirar todas as conclusões, e a Europa deve tomar sua decisão nas próximas semanas", declarou Hollande à imprensa após uma cúpula europeia em Bruxelas.


Após a reunião nesta sexta-feira dos chefes de Estado e de Governo dos 27, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, anunciou que os chanceleres europeus discutirão nos dias 22 e 23 de março em Dublin se retirarão o atual embargo de armas à Síria.

"Vários países membros mencionaram a questão do fim do embargo. Decidimos encarregar nossos ministros das Relações Exteriores de avaliar a situação de forma prioritária na reunião informal prevista para a próxima semana em Dublin, e encontrar uma posição comum", declarou Van Rompuy.

Mas a tarefa se anuncia difícil devido à hesitação de vários países europeus. A posição da França, apoiada por Londres, desagradou o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, que lamentou que "países falem individualmente antes dos demais".

O conflito sírio corre o risco de transbordar após as ameaças feitas por Damasco ao seu vizinho, Líbano. Com militantes libaneses anti-Assad acusados de infiltrar rebeldes através da fronteira, o Ministério sírio das Relações Exteriores ameaçou na quinta atacar em território libanês "grupos armados" que entram clandestinamente na Síria.

"As forças sírias demonstram moderação ao não atacar esses grupos no interior do território libanês (....), mas isso não pode durar indefinidamente", indicou a chancelaria síria em uma carta enviada ao Ministério das Relações Exteriores libanês.

O Exército sírio disparou durante o conflito contra zonas fronteiriças libanesas, mas é a primeira vez que a Síria ameaça oficial e publicamente atacar o território do Líbano, país que está dividido entre partidários e adversários do regime de Assad.

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